ONU visita instalação nuclear no Rio de Janeiro

Resende – Especialistas da ONU visitaram ontem a nova fábrica brasileira de enriquecimento de urânio, na tentativa de resolver um impasse sobre as inspeções no local -embora ainda não esteja definida a área à qual os inspetores terão acesso. Os três funcionários da ONU entraram na fábrica de Resende, uma estrutura de concreto cinzento construída em meio à Mata Atlântica, sem falar com os jornalistas.

Em Viena, uma porta-voz da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA, um órgão da ONU) minimizou comentários feitos por autoridades brasileiras, segundo as quais a agência estaria mais flexível. “Não vamos comprometer os nossos requisitos técnicos fundamentais, que vão garantir que não há desvio de material nuclear para fora da fábrica”, disse Melissa Fleming.

A fábrica de Resende só pode começar a enriquecer urânio com a aprovação da ONU, mas o Brasil insiste em não oferecer acesso ilimitado às centrífugas aos inspetores, para proteger a sua tecnologia. O governo diz que a tecnologia nacional a ser usada em Resende é 30 por cento mais eficiente e 25 por cento mais barata do que a empregada na maioria das instalações similares nos Estados Unidos.

Os EUA acreditam que o Brasil de fato produzirá urânio apenas para suas centrais elétricas nucleares de Angra dos Reis, e não para a fabricação de bombas atômicas, mas pressionam o País a aceitar inspeções porque não querem criar um precedente para nações como a Coréia do Norte e o Irã, acusadas de desenvolver armas nucleares.

O Brasil, que tem a quarta maior reserva de urânio do mundo, diz que vai processar uma quantidade muito pequena de material nuclear em comparação com outros países.

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