Os ônibus que atendem bairros periféricos de Piracicaba, no interior de São Paulo, estão circulando em comboios escoltados pela Guarda Municipal nesta quinta-feira, 12. Agentes do serviço reservado da Polícia Militar viajam infiltrados entre os passageiros. Na última semana, cinco ônibus foram incendiados e há ameaças de novos ataques. Os usuários reclamam que apenas uma parte da frota está circulando pela cidade e com ônibus superlotados.
O transporte coletivo enfrenta problemas desde que o primeiro ônibus foi incendiado após um rapaz ser morto pela Polícia Militar, no Jardim Esplanada. No último sábado, 7, pelo menos 15 pessoas com os rostos cobertos fizeram o ônibus parar, no Jardim Oriente, obrigaram os ocupantes a descerem e jogaram um coquetel molotov no interior do coletivo.
A circulação dos ônibus chegou a ser suspensa em toda a cidade. Na madrugada desta quinta-feira, 12, dois adolescentes foram detidos levando galões com gasolina, o que fez recrudescer o receio de novas ações. O policiamento na cidade foi reforçado com agentes de outras cidades.
Pelo menos um dos ônibus incendiados, da Viação Pauliceia, continua no mesmo local em que ocorreu o ataque, no bairro Sol Nascente. A empresa informou que a remoção atrasou em razão da perícia. De acordo com a prefeitura, os comboios com escolta circulam apenas nos bairros considerados de risco, como o Jardim Esplanada, Chapadão, Sol Nascente e Água Branca.
O Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Urbano de Piracicaba e Região informou que 70% da frota de 240 ônibus estão circulando durante o dia e 30% no período noturno. Segundo a prefeitura, com as escoltas, a frota está voltando às ruas e o transporte deve ser normalizado nos próximos dias. Os 450 motoristas prometem paralisar o serviço caso ocorram novos ataques.