Representantes de 15 organizações não-governamentais e de movimentos sociais vão se reunir na terça-feira (02) com o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, para pedir um freio nas megaoperações em favelas, a melhoria no treinamento dos policiais, o reforço de corregedorias e ouvidorias da Polícia e o fim do uso do Caveirão. ?A operação (de quarta-feira, 27) no Complexo do Alemão mostra que a medida foi equivocada porque os traficantes continuam trabalhando e houve grande quantidade de mortes?, diz Sandra Carvalho, coordenadora da ONG. Na avaliação dos ativistas, o governador Sérgio Cabral (PMDB) deve assumir o compromisso feito em campanha e apostar na inteligência para combater o crime.
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembléia do Rio, Alessandro Molon (PT), deve ter acesso hoje aos laudos do Instituto Médico-Legal com as autópsias dos 19 mortos na megaoperação no Alemão – no sábado (30), o governo do Estado concordou em que se faça uma autópsia paralela. No sábado, Molon visitou o conjunto de favelas da zona norte e ouviu o relato de uma testemunha denunciando uma execução praticada pela polícia durante a operação. ?Vou pedir amanhã (segunda) à Secretaria de Segurança abertura de investigação para apurar se houve essa execução. Se for o desejo da testemunha, podemos incluí-la no programa de proteção a testemunhas.
O pedido de investigação será feito ao subsecretário de Segurança, Márcio Berene. Além de apresentar o caso, Molon fará um relato sobre as reclamações de abuso de autoridade que ouviu na Associação de Moradores da Favela da Grota, onde esteve acompanhado pelos deputados federal Chico Alencar (PSOL) e estadual Marcelo Freixo (PSOL).