ONG defende que Dia da Consciência Negra seja feriado nacional

No Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado nesta terça-feira (20), o presidente da organização não-governamental (ONG) Sociedade Afrobrasileira de Desenvolvimento Sociocultural (Afrobras), José Vicente, defendeu a instituição de feriado nacional para marcar a data.

Segundo a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), 267 municípios decretaram feriado para lembrar o dia em que morreu Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra à escravidão, assassinado em 20 de novembro de 1695.

?Há mais dez anos o Zumbi do Palmares era um rebelde e a sociedade brasileira tratou de trabalhar no sentido de transformá-lo em um herói nacional. Concomitantemente a isso, a sociedade brasileira tem compreendido que é importante que todos nós devotemos um dia de glória e homenagem a esse ícone e aos milhões de brasileiros negros que vieram para o Brasil escravizados?, afirmou.

Para Vicente, o Dia Nacional da Consciência Negra é uma homenagem à luta e à contribuição do negro para a história do Brasil. ?O Brasil foi o que mais importou mão-de-obra escrava, o último a abolir a escravidão e, depois disso, simplesmente virou as costas para os negros. Então ter um dia que lembre essa trajetória é importante para o país?, defendeu.

?A sociedade tem compreendido isso, porque inicialmente era um município e hoje já são 267. Imagino que nos próximos anos os parlamentares vão compreender que é uma justa homenagem que representa a totalidade dos negros brasileiros?, acrescentou.

Para o presidente da Afrobras, o feriado nacional seria uma forma de conscientizar a população do país sobre a história brasileira. ?Somos um país que não trabalhamos muito bem com a nossa memória histórica, nós não valorizamos e não compreendemos como patrimônio nacional. Quer governo, quer sociedade trabalham muito mal com a nossa história de maneira geral. No que diz respeito ao negro, de maneira especial, nós sofremos um processo de naturalização. Estamos falando de um país com antecedente de quase 350 anos de escravidão?, ressaltou.

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