Onda de atentados leva terror a São Paulo

Depois de uma madrugada de sábado de terror nas ruas, bases militares e delegacias, São Paulo amanheceu enfrentando uma megarrebelião nos presídios. Segundo balanço oficial do Estado, 22 unidades prisionais estavam rebeladas até as 14h de ontem. Durante a madrugada, as corporações viveram momentos de pânico e um clima de guerra tomou conta da cidade. Houve 55 ataques e atentados contra guardas civis, policiais civis e militares de serviço ou de folga. Trinta pessoas morreram.

Desses ataques, 28 foram feitos contra a Polícia Militar, 20 contra a Polícia Civil, quatro deles contra a Guarda Civil Metropolitana e três ataques contra a Secretaria de Segurança Pública. Das 30 pessoas assassinadas, onze eram policiais militares, cinco da Polícia Civil, três eram da GCM, quatro agentes penitenciários e dois civis e cinco bandidos. Outros 33 ficaram feridos e 16 suspeitos de participação nos crimes foram presos.

A seqüencia de ataques é atribuída à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) e seria uma reação dos integrantes da organização criminosa à transferência de seus líderes para a carceragem do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), em São Paulo, e para a Penitenciária 2 de Presidente Venceslau, a 635 quilômetros de São Paulo. A transferência foi feita justamente porque o governo descobriu que o PCC planejava uma megarrebelião para este final de semana.

Em entrevista coletiva no início da tarde, o governador Cláudio Lembo (PFL) tentou tranqüilizar a população e prometeu utilizar todo o aparato do estado para garantir a segurança. ?São Paulo não se dobrará ao crime?, disse Lembo. O secretário da Segurança Pública, Saulo Abreu, afirmou que a reação do PCC era previsível.

O secretário de Administração Penitenciária, Nagashi Furukawa, admitiu que os atentados foram ordenados pelo PCC em represália à transferência de 765 presos, ligados à facção, para Presidente Venceslau. O objetivo, segundo o secretário, era conter todos os líderes num único presídio para evitar rebeliões sincronizadas.

O governador informou que o Estado está providenciando a assistência às famílias de civis e militares mortos. Entre os parentes das vítimas, houve indignação e consternação. A dona de casa Célia Maria Parra, irmã do policial civil Paulo José da Silva, morto durante a onda de ataques na Avenida Vitor Manzini, em Arthur Alvim, zona leste de São Paulo, demonstrava revolta ontem na porta do Instituto Médico Legal (IML), em São Paulo. ?Cadê o governador de São Paulo? Meu irmão foi metralhado com 15 tiros e ganhava um salário de porcaria?, desabafou. 

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