O Instituto Butantan, de São Paulo, ainda não recebeu da Organização Mundial de Saúde (OMS) a fórmula da vacina contra a gripe suína, prevista para ser enviada no início do mês, o que torna inviável a produção no País do imunizante contra o vírus da Gripe A (H1N1) ainda este ano, de acordo com a assessoria da instituição. O motivo do atraso não foi esclarecido e o Butantan informou que não se pronunciará sobre o assunto, por enquanto. Sem condições de iniciar a produção a tempo, até o fim deste ano o Brasil terá de combater a doença com vacinas importadas.

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O Butantan é o único laboratório na América Latina onde são fabricadas vacinas contra a gripe comum e também será o local de onde sairá a contra a gripe A. É a OMS que determina quais as variedades de vacinas contra gripe serão produzidas no mundo todos os anos. No caso da Gripe A, depois de monitorar os subtipos do vírus que circulam no planeta, a organização envia uma espécie de “receita” da vacina para cada país. No caso do Brasil, essa fórmula já deveria ter chegado. Informações do instituto e da OMS dão conta de que são necessários ao menos seis meses para que a vacina seja liberada para a população, após o recebimento da receita. Antes é necessário averiguar se a vacina confere imunidade e se não há efeito tóxico dos componentes.

Depois, o produto é testado em animais, como camundongos, para só então serem iniciados os testes clínicos em humanos. Em entrevista concedida à Agência Estado no fim de junho, o presidente da Fundação Butantan, Isaías Raw, afirmou que o fato de o Instituto Adolfo Lutz ter conseguido isolar o vírus H1N1 deve agilizar testes com a doença. Raw lembrou que o Butantan tem as vantagens de ter a única fábrica de vacinas da América Latina, os meios de cultura em ovos fertilizados e o chamado adjuvante, produto que permite quadruplicar uma dose da substância. Ele também ressaltou ser desnecessária a fabricação de vacinas para toda a população. O Butantan deve inaugurar em novembro uma fábrica com capacidade para produção de 1 milhão de doses de vacinas.

O secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Reinaldo Guimarães, afirmou ontem que o governo federal negocia a compra de vacina contra a enfermidade, mas não especificou quantas doses devem ser adquiridas. De acordo com informações que constam no site da pasta, não faltam remédios para combater a doença. “O Ministério da Saúde possui estoque suficiente de medicamento para tratamento dos casos indicados. Além de comprimidos para uso imediato, temos matéria-prima para produzir mais 9 milhões de tratamentos”, diz o informe do Ministério. A administração federal comprou recentemente um lote de 800 mil doses, das quais 50 mil devem chegar ao País na próxima semana e o restante, em setembro.

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Cuidados

Apesar do aumento do número de mortes (11, no balanço de ontem) e casos de contaminação, as recomendações do Ministério da Saúde não mudaram. Quem tiver sintomas como febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares e nas articulações e coriza, deve procurar um médico ou um serviço de saúde, como se faz com a gripe comum. Os cuidados básicos são: lavar bem as mãos e frequentemente, com água e sabão, evitar tocar os olhos, boca e nariz após contato com superfícies, não compartilhar objetos de uso pessoal e cobrir a boca e o nariz com lenço descartável ao tossir ou espirrar.

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