Aluno do escritor Olavo de Carvalho, o novo ministro da Educação, Abraham Weintraub, é melhor conhecedor das ideias do escritor do que Ricardo Vélez Rodriguez, que o antecedeu na chefia do Ministério da Educação (MEC). A avaliação, feita pelo próprio Olavo via redes sociais, acontece dois dias depois de o presidente Jair Bolsonaro (PSL) anunciar pelo Twitter a demissão de Vélez e a nomeação de Weintraub. Ambos foram indicados para o cargo por Olavo.

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“O ministro Weintraub não me deve nada e não tem nenhum compromisso comigo. Ele apenas conhece as minhas ideias melhor do que as conhecia o seu antecessor”, escreveu Olavo, ressaltando, no entanto, que a intimidade do ministro com as teorias olavistas “não significa que elas tenham moldado a sua mente”.

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Segundo comandante do MEC em pouco mais de três meses de governo, o economista Weintraub já fez deferências a Olavo, apontado como um “guru” do governo Bolsonaro. Em dezembro de 2018, Weintraub disse que há uma batalha a ser travada em universidades entre conservadores e os defensores do que chama de “marxismo cultural”, sendo que a melhor estratégia daqueles para vencer seria “adaptar a teoria do Olavo de Carvalho de como enfrentar eles no debate intelectual”.

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Na ocasião, o agora ministro também disse não seguir “ipsis litteris” tudo o que diz o escritor. As falas aconteceram na Cúpula Conservadora das Américas, evento organizado pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, em Foz do Iguaçu (PR).

Exonerado depois de grande desgaste público, Vélez Rodriguez já havia demonstrado gratidão ao escritor por ocasião de sua indicação ao cargo de ministro. Em mensagem compartilhada no Facebook por Olavo de Carvalho em novembro de 2018, o agora ex-ministro agradeceu “sobremaneira a elogiosa menção” de seu nome, chamou Olavo de “grande pensador brasileiro na área de História das ideias políticas” e se disse admirador e amigo de Olavo.

Meses depois, o escritor liderou um “motim” contra Vélez, que foi chamado de “vendido” e xingado com palavrões. Na última sexta-feira, 5, Olavo disse que não lamentaria “se o botassem para fora do ministério”. Vélez, foi, então, demitido três dias depois.