Oito são presos por adulteração de leite no RS

A Vonpar Alimentos, detentora do leite Mu-Mu, em nota atribui a responsabilidade pela contaminação do leite distribuído pela marca a empresas que fazem o transporte entre a fazenda e a indústria. Reiterou que atende a todos os requisitos e protocolos de testes de matéria-prima exigidos pelo Ministério da Agricultura, mas não explicou como o produto adulterado não foi identificado.

“A investigação do Ministério Público está concentrada no transporte entre o produtor leiteiro e os postos de resfriamento onde o produto fica armazenado antes da entrada em nossa fábrica”, disse a empresa no comunicado. O lote “3 ARC” do leite Mu-Mu, de 18 de janeiro de 2013, produzido na unidade de Viamão – RS (SIF 1792), foi um dos que sofreram adulteração pelas cinco empresas de transporte de leite do Estado. Conforme o ministério, em nota, na análise de amostras realizadas em janeiro pelo laboratório oficial da pasta foi possível identificar a presença do formol ainda em seis lotes de leite UHT da marca Italac (da Goiasminas Indústria e Lacticínios Ltda), produzido na unidade de Passo Fundo – RS (SIF 1369) e em um lote de leite Líder (da Latícinios Bom Gosto/LBR), fabricado na fábrica de Tapejara – RS (SIF 4182).

Investigações no Rio Grande do Sul apuraram que cinco empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. Na manhã desta quarta-feira, 8, o Ministério Público gaúcho desencadeou a Operação “Leite Compen$ado”, com o cumprimento de 10 mandados de prisão e oito de busca e apreensão nas cidades de Ibirubá, Guaporé e Horizontina.

 

“As indústrias produtoras do leite UHT adulterado foram submetidas ao Regime Especial de Fiscalização (REF) e ficaram impedidas de comercializar os produtos até que fosse aprovado um plano de medidas corretivas e que três amostras consecutivas apresentassem resultados laboratoriais dentro dos padrões. Realizou-se o recall de todos os lotes de leite que apresentaram problemas”, informou o Ministério, na nota.

 

De acordo com nota técnica da Superintendência Federal de Agricultura no Estado do Rio Grande do Sul (SFA/RS), muitos transportadores atuam de forma independente, negociando o volume e o preço do leite entre os produtores e as indústrias e sendo remunerados pelo volume e não pelo quilômetro rodado. “É uma cadeia complexa, onde há varias oportunidades de lucro de forma ilícita, tanto que a fraude em leite é combatida mundialmente”, declarou.

De 2012 até hoje o Serviço de Inspeção Federal do Estado aplicou o Regime Especial de Fiscalização (REF) e outros procedimentos com o leite em 14 empresas. Foram autuadas 61, 3.200 amostras de leite coletadas, sendo que 5% apresentaram parâmetros físico químicos em desconformidade com a legislação. Entretanto, nem todos indicavam suspeita de fraudes.

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