De acordo a entidade, a previsão para os próximos anos é ainda pior, podendo alcançar um patamar dez vezes maior que o atual. Quadro semelhante vem sendo registrado em localidades de São Sebastião como Camburi e Barra do Sahy. A APA, que é cogerida pelo ICC juntamente com a prefeitura local, tem um milhão de metros quadrados e abrange cinco ecossistemas, além de 87 espécies de animais catalogadas com algum grau de extinção.

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“As novas ocupações irregulares, que surgem da noite para o dia, não têm as mínimas condições estruturais, como abastecimento de água, que é captada clandestinamente de cachoeiras e rios, e ausência total de esgotamento sanitário. Juntamente com as invasões, o instituto vem registrando o crescimento da violência e a falta de policiamento”, alerta a presidente do ICC, Maria Fernanda Carbonelli Diniz.

Para tentar reverter o quadro, o instituto afirma que vem colocando em prática ações para tentar conter novas invasões, juntamente com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente e a Polícia Ambiental. Voluntários, como o engenheiro agrônomo André Motta Waetge e o fotógrafo Leandro Saad, fazem vistorias para detectar algum foco de nova invasão. Até imagens aéreas, feitas de um paraglider por Saad, são usadas para mapear novos focos.

A presidente do ICC explica que logo nos primeiros vestígios de vegetação suprimida, que dariam lugar a um novo barraco, são feitos relatórios a partir dos registros fotográficos para que ações sejam coordenadas juntamente com a Polícia Ambiental ou com a prefeitura, para evitar a nova construção clandestina. Tudo é encaminhado para o Ministério Público.

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Esses trabalhos já resultaram em diversas demolições nos últimos dois anos, período de existência da APA Baleia/Sahy.

Segundo Maria Fernanda, com esse trabalho, foi possível conter o crescimento desordenado na Zona Especial de Interesse Social (Zeis) da Vila Piavú, na Praia de Camburi, onde surgiriam mais 82 lotes clandestinos, alguns já demarcados, o que possibilitaria que cerca de 500 pessoas invadissem a área limítrofe da APA.

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Clandestinos

Situação semelhante foi registrada pelo órgão na Vila Sahy, em Barra do Sahy, onde outros 22 lotes foram flagrados com demarcação, prontos para serem invadidos. Na Baleia Verde, houve o parcelamento de 37 lotes clandestinos. Em todos os casos, o ICC disse ter providenciado a regeneração da vegetação.

“Se nada for feito, em pouco tempo, teremos mais praias badaladas repletas de esgoto e rios poluídos, impossibilitando que as novas gerações possam nadar livremente. As ocupações clandestinas também podem causar a desvalorização imobiliária na região e mansões que hoje valem R$ 5 milhões, em poucos anos, valerão R$ 500 mil”, prevê a presidente do ICC, Maria Fernanda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.