Ao anunciar investimentos de R$ 1,67 bilhão para obras de saneamento básico e urbanização em Pernambuco, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva criticou governantes anteriores que não investiram nos dois setores.
"Nem sempre no Brasil a classe política levou muito a sério a questão do saneamento básico nas periferias. A impressão que a gente tem é que não são muitos administradores públicos que têm a dimensão da importância de colocar uma manilha debaixo da terra, sabendo que não vai poder colocar o nome de um parente para homenagear e para tirar fotografia durante a campanha", afirmou, acrescentando que esse tipo de obra não dá publicidade para os políticos.
Os recursos fazem parte do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O programa prevê investimentos de R$ 504 bilhões em quatro anos, dos quais R$ 106,3 bilhões em habitação e R$ 40 bilhões em saneamento básico.
Lula pediu que as prefeituras acelerem os projetos locais. A previsão do governo estadual, segundo o presidente, é que as obras comecem em fevereiro. "Quando a gente sair daqui, as obras não vão começar. É preciso um esforço do governo junto com os prefeitos para que a gente assuma o compromisso. Esse programa precisa dar certo".
Os recursos serão investidos em redes de esgoto e água, despoluição de praias, recuperação de rios e erradicação de palafitas, atendendo 800 mil famílias em 20 cidades do estado, de acordo com informações divulgadas pelo governo federal.
Por fim, Lula criticou a oposição, ao afirmar que esta o impede de fazer projetos. "Eu sei o que é vingança da elite brasileira. Eu sei o que é o ódio de classe demonstrado desnecessariamente. Aos 60 anos, sou um homem sem ódio. Ninguém vai me deixar nervoso, nem meus companheiros reivindicando, nem meus adversários me xingando me deixam nervoso".