As obras da hidrelétrica de Belo Monte, na região de Altamira (900 km de Belém), foram retomadas parcialmente ontem após terem sido paralisadas por causa de um quebra-quebra no final de semana anterior.
Para impedir novos tumultos, a Polícia Militar e a Força Nacional de Segurança agora fazem a escolta dos canteiros de obras.
A retomada ainda não foi total porque, dos cerca de 15 mil operários da hidrelétrica, 5.500 haviam sido dispensados para viajarem às suas cidades de origem e ainda não tiveram tempo de retornar.
A partir de segunda-feira, eles começam a chegar para retomar as atividades, prevê o CCBM (Consórcio Construtor de Belo Monte). Além disso, é preciso reconstruir parte das instalações. O quebra-quebra destruiu alojamentos, refeitórios, escritórios e até máquinas da obra.
O CCBM prevê que até a próxima quarta-feira as obras devem voltar ao ritmo normal. Ainda não está previsto o aumento da carga de trabalho para compensar os dias parados.
A obra parou no início da semana, logo após o quebra-quebra no fim de semana. Os operários iniciaram a paralisação, mas a própria empresa decidiu então dar folga para evitar mais prejuízos.
A confusão foi provocada por operários revoltados com a proposta de reajuste salarial do consórcio (11%, ante pedido de 33% do sindicato dos trabalhadores). Eles rejeitaram o reajuste oferecido e o consórcio agora precisa fazer uma nova proposta. Se não houver acordo, há risco de uma greve geral.
Na próxima semana, a Polícia Civil de Altamira deve concluir o inquérito sobre o fato e pedir o indiciamento de operários envolvidos.
A hidrelétrica de Belo Monte tem previsão para ser concluída em 2019 e será a terceira maior do mundo.