Uma representação moderna de Nossa Senhora de Fátima e dos três pequenos pastores que avistaram a santa na cidade portuguesa está tirando a paz da Igrejinha de Brasília, construída em 1958 e tombada como patrimônio histórico. Os fiéis se dividiram entre os que aprovam a arte abstrata da santa sem rosto e de colunas enfeitadas com pipas que representam as crianças – Lúcia, Francisco e Jacinta – e os que veem na obra um desrespeito à tradição católica.

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Polêmica à parte, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) diz que vai manter o trabalho do artista plástico Francisco Galeno. Nem a missa do domingo passado, quando o pároco Odolir Eugênio Dal Mago falou em tolerância e bom senso, amenizou o clima de confronto. Com a nova decoração concluída, os dois lados anunciaram uma batalha de abaixo-assinados, um pela retirada e outro pela manutenção dos três painéis, que têm desenhos de carretéis, lamparina, galhos de árvores e flores.

Galeno, autor da obra e artista piauiense de 53 anos radicado há mais de 40 em Brasília, prevê que sua Nossa Senhora de Fátima ainda vai causar muita discussão, mas diz não acreditar na retirada dos painéis ou no fechamento da igreja. “Nós vivemos em Brasília, símbolo da modernidade, da civilidade. Além disso, a obra não tem agressividade nenhuma e nada de profano”, defende.

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