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Foto: Antônio Cruz/Agência Brasil

Presidente do STF, Ellen Gracie, e presidente da OAB, Cezar Britto: violação de direitos.

Brasília – O presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Cezar Britto, pediu ontem que o Supremo Tribunal Federal (STF) mande a Polícia Federal permitir ?imediato acesso? de advogados aos autos do inquérito sobre as pessoas presas pela Polícia Federal durante a chamada Operação Furacão, que desmontou uma rede de corrupção formada por bicheiros, juízes, advogados e delegados acusados de ligação com a máfia dos caça-níqueis no Rio de Janeiro.

Na petição, entregue pessoalmente ao ministro do STF, Cezar Peluso, relator do inquérito sobre o caso, e à presidente do Supremo, Ellen Gracie, Brito afirma que os advogados presos estão ?em enxovias (espécie de calabouço)? e pede que sejam transferidos para a chamada ?sala de Estado-Maior? – um ambiente sem grades previsto em lei nos casos de ?prisão especial? a que têm direito advogados, juízes, desembargadores e outros presos com formação universitária. Segundo Britto, negar esse acesso aos advogados equivale a ?abuso de autoridade?.

O presidente da OAB afirma também que ?os advogados dos investigados na operação, sem exceção, estão sofrendo graves violações às suas prerrogativas profissionais? e que aos defensores deles ?até agora não se permitiu acesso aos autos?, nem que ?mantivessem pessoal e reservadamente conversas com seus clientes, obrigando-os que o contato se desse com prazo limitado em parlatórios e por meio de interfone.? Segundo a OAB, os presos estão sendo mantidos ?em espaço mínimo, que não se compatibiliza sequer com as exigências mínima fixadas pela ONU (Organização das Nações Unidas).

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Polícia Federal pretende prorrogar prisão de detidos

Brasília (AE) – A Polícia Federal (PF) vai pedir a prorrogação, por mais cinco dias, de todas as 25 prisões realizadas durante a Operação Hurricane (furacão, em inglês). O pedido deverá ser encaminhado ao ministro Cezar Peluso, do Supremo Tribunal Federal (STF), que vem presidindo o inquérito.

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Ontem, os 51 veículos apreendidos pela PF durante a operação foram encaminhados para Brasília. Em uma avaliação preliminar dos policiais, a estimativa é de que os carros apreendidos ultrapassem a casa dos R$ 10 milhões. Todos os bens apreendidos passarão por análise de peritos para fazer um laudo mercadológico.

Além disso, todo o material digital, de mídia, como os discos rígidos dos computadores apreendidos, será copiado pelo Instituto Nacional de Criminalística. Este será o material utilizado durante as investigações, preservando as provas originais apreendidas.

Depoimentos

Dos 25 presos na sexta-feira passada, 17 prestaram depoimento. No entanto, seguindo orientações dos seus advogados, se recusaram a falar. Mesmo assim alguns destes presos colaboraram com as investigações prestando depoimentos que auxiliaram a PF. Uma segunda rodada de depoimentos só voltará a ocorrer depois da análise do material apreendido.

Rebatendo denúncias da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Polícia Federal divulgou, através de sua assessoria de imprensa, que todos os procedimentos da operação estão sendo feitos dentro da lei.

Denúncia de manipulação de resultados no carnaval

Rio (AE) – Autoridades como o governador Sérgio Cabral Filho e o prefeito César Maia e dirigentes de escolas de samba receberam com reservas a informação do delegado da Polícia Federal Emanuel Henrique Oliveira de que o presidente de honra da Beija-Flor, Aniz Abrão David, o Anísio, teria manipulado o resultado do Carnaval 2007 a favor da sua escola. Ele é um dos presos na Operação Hurricane, assim como o atual presidente da Liga, Aílton Guimarães Jorge, o Capitão Guimarães.

O governador Sérgio Cabral disse não acreditar que houve fraude no julgamento do desfile. ?O Carnaval do Rio não se mistura com isso, é muito maior?, afirmou, durante visita a fábrica da Volks em Resende, no Vale do Paraíba (SP). Para o prefeito Cesar Maia, a declaração da Polícia Federal foi ?precipitada?, porque a investigação deveria ter sido concluída antes de o delegado emitir a sua opinião.

O vice-presidente da Liga, Jorge Castanheira, disse ter sido pego de surpresa pela suspeita da PF. ?Aguardamos o término das investigações, porque ninguém questionou o resultado, não sei sobre o que ele (o delegado) está falando?, disse ele. O sobrinho do Capitão Guimarães, Júlio Guimarães Sobreira, que também foi preso na operação, foi o coordenador dos jurados este ano.

A Beija-Flor também nega a acusação. Para o carnavalesco Laíla, a vitória da escola foi antecipada pela imprensa. ?Depois dos desfiles, todos os jornais noticiaram que a Beija-Flor era uma das prováveis campeãs?, afirmou.