Em nota divulgada nesta quarta-feira (7), a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) classificou de muito ruim o aceno dado pelo Poder Judiciário com a absolvição do fazendeiro Vitalmiro Bastos de Moura (Bida), acusado de ser o mandante do assassinato da missionária norte-americana Dorothy Stang. Dorothy foi morta a tiros, há três anos, no município paraense de Anapu.
Por cinco votos a dois, Bida foi absolvido na terça-feira (6) em julgamento na 2ª Vara do Júri de Belém. Foi o segundo julgamento a que o fazendeiro respondeu. O advogado Eduardo Imbiriba, que defendeu Bira, pediu a absolvição do acusado sustentando a tese de negativa de mando do crime.
De acordo com a nota, o presidente da OAB, Cezar Britto, reforça o fato de um júri ter condenado pena máxima Rayfran das Neves Sales, que atuou como intermediador no assassinato de Dorothy, enquanto outro júri absolveu Bida por completo. Essa diferença pode e deve ser corrigida pelo tribunal na segunda instância, afirma Britto.
O promotor Edson Souza, que atuou na acusação, informou que vai entrar com recurso em um prazo máximo de cinco dias, a contar de hoje, pedindo um novo julgamento para Bida, mas não acredita que isso possa acontecer ainda neste ano.
Brasileira naturalizada, a missionária, que nasceu nos Estados Unidos, trabalhava há mais de 30 anos em pequenas comunidades e defendia o direito terra e exploração sustentável da Amazônia.