O poder na cabeça

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ter ofendido o Congresso ou o Poder Judiciário, após a reação causada por suas declarações de que “ninguém, nem o Congresso, nem o Judiciário impedirá o Brasil de ocupar um lugar de destaque”.

Os membros do Judiciário preferiram o silêncio para evitar uma crise entre os “poderes independentes e harmônicos entre si”; mas o presidente do Tribunal Superior do Trabalho, ministro Francisco Fausto, preferiu dar um conselho ao chefe da nação: “Ele deve falar como presidente e não como sindicalista”.

Parece paradoxal, mas um sindicalista pode dizer tudo o que bem entender, mas o presidente da República, apesar do poder do cargo, não.

A verdade é que quando o poder sobe à cabeça é difícil freiar as palavras.

O presidente Luiz Inácio realmente acreditava que poderia fazer a reforma que entende ser melhor para o País, sem disso dar satisfações a ninguém. Afinal, esta nação tem chefe e o chefe é ele e se o que ele quer fazer é benéfico para a nação, no seu modo de ver, por que alguém iria querer impedi-lo de adotar esse ato.

São as questões complexas do regime liberal, que é a democracia.

Tão complexas que há algumas inteligências que a vêem como impraticável.

Leon Duguit dizia que “Um poder soberano, um em três poderes, é uma concepção metafísica, análoga, ao princípio cristão da santíssima trindade”.

O que ocorreu é que o presidente foi infeliz e as suas palavras soaram como se o Legislativo e o Judiciário não quisessem as reformas propostas pelo Executivo, tanto que o Judiciário está sugerindo um pedido de desculpas para abrir um “canal de negociação” entre os dois poderes. Na cidade em que nasci, Campo Largo, costumava-se dizer “pode esperar sentado”. Não obstante Gustavo Capanema tenha declarado que “Perdoar, além do mais, é um bom negócio”.

P.S. – “Perdão foi feito pra gente pedir…” Na música!

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo