General Ronaldo Pierre Cavalcanti Lundgreen, secretário da Segurança Pública do Rio Grande do Norte.
1. A ajuda do Exército foi pedida logo após a saída da Força Nacional. As polícias do Rio Grande do Norte têm como cumprir a missão de manter a segurança?
Estou há três meses na função. O que vejo é que o Estado não deu atenção à segurança pública por um período muito longo: 10, 15 anos. A gente vê policiais militares com 12, 15 anos de serviço, que ainda são soldados, não teve uma progressão. A gente vê o sistema penitenciário, sob controle da Secretaria da Justiça, com menos vagas que o necessário, presídios lotados, que começaram a ter fugas frequentes. Então, tudo isso fez com que ficasse mais difícil ainda a gestão da segurança pública.
2. O senhor atribui os altos índices de criminalidade às fugas?
Também. Mas nós também fizemos apreensão de duas toneladas de drogas em um Estado com 3,5 milhões de pessoas. O Estado consome isso ou já é um local de passagem e a gente não sabe ainda?
3. A crise atual não é consequência só da instalação dos bloqueadores?
Não. E não serão os bloqueadores que vão resolver. Para o controle do sistema penitenciário, precisa criar mais vagas.
4. É possível colocar em prática ações sem o apoio do Exército nas ruas? O Estado tem condições de se manter sozinho?
Sim. O que precisamos, e esse é nosso plano, é manter o conceito de polícia comunitária.
5. É possível instalar bloqueadores em todos os presídios do Estado?
É. Só precisa ter dinheiro.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.