São Paulo – O número de fumantes no Brasil caiu cerca de 7 milhões nos últimos 14 anos, segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca). Apesar da queda, o fumo segue sendo considerado um dos principais problemas de saúde pública no País. Em 1989, segundo dados do Inca, 32% da população acima de 15 anos, fumavam, em um total de 30 milhões de pessoas. No ano passado esse número chegou a 18,8% da população acima de 15 anos representando 23 milhões de fumantes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS) cinco milhões de pessoas morrem por ano, no mundo, em conseqüência do fumo. Na América Latina são 500 mil e somente no Brasil chegam a 200 mil pessoas.
O diretor do Instituto Nacional do Câncer, José Gomes Temporão, lembrou que apesar do Brasil ter avançado muito, nos últimos anos, em medidas eficazes para o combate ao tabagismo, o País precisa ratificar o mais rápido possível a Convenção Quadro para o Controle do Tabaco, criada em 1999, durante a 52.ª Assembléia da Organização Mundial de Saúde. A convenção já passou pela aprovação da Câmara dos Deputados mas, segundo Temporão, enfrenta barreiras no Senado.
Ele disse que por pressão da indústria do fumo a tramitação perdeu o caráter de urgência da votação. O diretor do Inca informou que está sendo feito um trabalho de conscientização dos senadores e ele espera que a convenção seja ratificada até o fim do ano. “Nossa política é uma política de resultados e é consistente”, diz ele.