Núcleo tenta salvar o governo

Brasília – Além do ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos, que tem sido presença constante no gabinete de Lula, nas últimas semanas participam do grupo restrito de conselheiros do presidente Lula o ministro da Fazenda, Antônio Palocci, o chefe de gabinete, Gilberto Carvalho, e o governador do Acre, Jorge Viana (PT). Para estes, o que está em jogo neste momento é a preservação do governo e do presidente Lula. Nas conversas com estas pessoas é que Lula se convenceu de que precisa enxugar a máquina, reduzir o tamanho do PT no governo e retomar o diálogo com a oposição.

"Não existe uma crise no governo, o que existe é um problema político. O povo nos deu o poder, mas não nos deu maioria no Congresso. E para que a política não contamine o governo, o caminho é o da formação de maiorias pontuais, em cima de uma agenda com propostas que atendam a interesses comuns", diz Jorge Viana.

Ao eleger Márcio Thomaz Bastos, Jorge Viana, Antônio Palocci e Gilberto Carvalho como seus principais conselheiros, o presidente Lula se afastou da direção do PT, que se sente a cada dia mais alijada do centro de decisões. O seu único elo de influência sobre o presidente se rompeu com a demissão de José Dirceu. Para tentar restaurar sua influência é que o PT tenta reverter a decisão de acabar com o Ministério da Coordenação Política.

O partido agora defende não apenas a saída do ministro Aldo Rebelo, mas também a manutenção da Coordenação e a escalação de um petista para a tarefa. O nome preferido é o do ministro Jaques Wagner, do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que na última quarta-feira fez questão de se colocar em sintonia com os novos tempos ao comparecer à festa de São João patrocinada pelo senador José Jorge (PFL-BA), com dezenas de pefelistas e tucanos espalhados pelo salão. "Fui várias vezes convidado para vir aqui, mas a minha agenda não permitiu que viesse nos anos anteriores", conta Jaques Wagner.

O ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, também tenta justificar o assédio aos dois principais partidos de oposição: "Conversei com o Antônio Carlos e com o Serra. Comecei a conversa por eles por causa de nossa amizade. Há condições de diálogo mais para a frente. Agora não, pois este é um momento em que as pessoas não podem capitular", afirma Bastos.

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