O chefe do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (UnB), Lucas Vieira Barros, disse nesta quarta-feira que novos tremores de terra poderão ocorrer depois daquele registrado na terça-feira (22) com reflexos em cidades de São Paulo e em outros quatro Estados. A tendência, no entanto, é a de que os tremores tenham magnitude inferior aos 5,2 graus da Escala Richter (que vai até 9).
Sobre a possibilidade de ocorrerem tremores mais intensos na mesma região, Barros disse que "não é impossível, mas é pouco provável". O chefe do observatório disse que, se o epicentro do tremor, que aconteceu no Oceano Atlântico, a 279 quilômetros da cidade de São Paulo, fosse mais próximo da costa, "poderia até matar". Lucas Vieira Barros esteve no Palácio do Planalto para uma reunião com assessores do Gabinete de Segurança Institucional (GSI). O chefe do observatório pediu recursos para a instalação de mais 40 estações de sismologia a serem distribuídas por todo o território brasileiro.
O custo de cada estação é de US$ 25 mil. Segundo Barros, as 50 estações existentes hoje são muito concentradas, principalmente em áreas onde há usinas hidrelétricas. Atualmente, as estações não conseguem captar, segundo ele, tremores de magnitude de 3 graus ou menos em áreas distantes, como a Amazônia. E, em grande parte do território, não detectam tremores em torno de 2 graus, "que são prenúncio de um grande sismo".