Exames realizados por laboratório de referência em amostras de duas crianças que tiveram diagnóstico de malária em Ilhabela, no litoral norte do Estado de São Paulo, deram negativo para a doença, anunciou nesta terça-feira, 27, a Secretaria da Saúde do Estado. Os casos, confirmados no último dia 20 pela prefeitura, acometeram um bebê de 1 ano e 2 meses e uma criança de quatro anos.
O diagnóstico inicial foi dado por laboratório de São José dos Campos, segundo a prefeitura. Na ocasião, a prefeitura divulgou nota informando que, nos dois casos, tinha sido identificada uma forma menos grave da doença, transmitida pelo protozoário Plasmodium vivax.
Conforme o médico Marcos Boulos, coordenador de Controle de Doenças da Secretaria estadual, quando os casos foram anunciados, houve dúvida por causa da idade dos pacientes e foram pedidos novos exames. “A transmissão da malária é feita por vetores (mosquitos) que ficam em áreas de mata fechada, um local que crianças dessa idade não frequentam.” Os novos exames, segundo ele, não encontraram os agentes causadores da doença. “Aparentemente, as crianças tiveram alguma doença respiratória, mas não a malária.” Os dois pacientes já receberam alta.
Segundo o secretário, isso não significa que a malária não esteja presente no Estado. “Temos casos que acontecem, geralmente, no entorno de cachoeiras. São 5 ou 6 por ano.” De acordo com o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) da Secretaria, este ano, até outubro, foram registrados seis casos. Em todo o ano passado, foram 15 casos da doença.
Conforme Boulos, a preocupação maior no litoral norte é com a febre amarela. “Tivemos dois casos recentes lá e um deles resultou em óbito.” As pessoas que forem viajar para a região, e que ainda não receberam a vacina, devem se imunizar ao menos dez dias antes da viagem.