A crise política provocada pelas denúncias de corrupção envolvendo autoridades está demorando mais tempo do que previa o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos. Há cerca de dois meses, o ministro disse que a crise estava ?do meio para o final?. Ontem, ele voltou a fazer essa afirmação. ?Eu acho que ela (a crise) está do meio para o final. Ela está demorando um pouco mais, ela tem tido alguns ?soluços?, alguns surtos?, disse Bastos, após participar de cerimônia pelo Dia do Policial Federal, em Brasília.
Segundo o ministro, o prolongamento da crise tem motivação política. ?Eu vejo a crise como uma série de fatores, mas evidentemente, existe um grande fator de disputa política. A eleição de 2006 já chegou?, afrimou Bastos. O ministro disse ainda que o fato de o presidente ?resistir ao bombardeio? da oposição e manter os índices de aprovação popular o torna um candidato forte para as próximas eleições. ?Ele é um candidato competitivo para a reeleição, se resolver ser candidato?, avaliou.
?Uma parte da oposição está querendo usar essa crise para fazer campanha eleitoral. Se eles querem fazer campanha eleitoral, eu acho que a campanha eleitoral vai ser feita?, acrescentou o ministro. Ele reconheceu que governistas também estão usando a crise para antecipar a disputa eleitoral.