Novo rumo nuclear do Brasil favorece Angra 3

Rio – Um estudo visando a uma revisão do programa nuclear brasileiro que será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva indica, como premissa básica, o término da construção da usina nuclear Angra 3, informou ontem, o diretor de Pesquisa e Desenvolvimento da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen), Alfredo Tranjan Filho. A pesquisa foi pedida por Lula, durante a visita à China há alguns meses, quando foram estabelecidas conversações sobre a possibilidade de entendimentos entre os dois países na área nuclear.

Segundo Tranjan Filho, o estudo apresenta 81 cenários possíveis para a área nuclear, abrangendo “desde o cenário mais simples até o mais ambicioso”. “A condição primária desses 81 cenários é que Angra 3 seja terminada”, afirmou o diretor da CNEN, que participou ontem de um debate sobre as perspectivas da energia nuclear para o Brasil.

O grupo encarregado desse estudo é coordenado pela Cnen e conta com a participação de representantes de cinco ministérios: de Minas e Energia, da Ciência e Tecnologia, das Relações Exteriores, do Planejamento, Orçamento e Gestão e da Defesa. O estudo, segundo o diretor da Cnen, é avaliado nesse momento nos ministérios envolvidos para depois ser encaminhado à Presidência da República. Tranjan Filho advertiu para a possibilidade de ocorrer duas posições do governo federal em relação à retomada das obras de Angra 3.

Segundo ele, um grupo constituído por técnicos do Ministério de Minas e Energia avalia a viabilidade financeira da retomada de Angra 3. “Considerando que a premissa do estudo realizado pelo grupo interministerial é construir Angra 3, se o grupo comandado pelo MME considerar que não é viável construir a usina nuclear, teríamos uma situação complexa”, disse. A retomada das obras de Angra 3 teria um custo de US$ 1 8 bilhão, disse o presidente da Eletronuclear, Zieli Dutra Thomé.

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