O sociólogo e professor Cândido Mendes, que foi delegado da Santa Sé na Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad) em Santiago, em 1972, e em Nairobi, 1976, disse que a escolha do cardeal argentino Jorge Mario Bergoglio como novo papa dará novos rumos para a Igreja Católica. “Considero que é uma real virada de página na história da Igreja. Muito mais do que um reformista ou do que um continuador, é um homem que abre o que se chama uma nova prospectiva para a Igreja.”
Mendes afirmou ter ficado surpreso com a escolha. “Víamos muito bem a candidatura de D. Odilo (Scherer) e também sobretudo o modo pelo qual a continuidade expressa seria feita pelo cardeal (Angelo) Scola, de Milão.”
Para ele, a escolha do novo papa abre caminho para um ambiente de pluralismo cultural na Igreja. “Isso em primeiro lugar pela visão não europeia, por um lado, e por outro lado, pelo profundo conhecimento da máquina vaticana, que ele também tem uma noção muito importante, mas sobretudo por definir uma relação latinoamericana que ao mesmo tempo é feita com verdadeira transcendência”.