Novo governo tenta diluir pressão do PMDB

São Paulo

– Minutos antes de embarcar para os Estados Unidos, o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva encontrou tempo para uma nova conversa sobre a possível participação do PMDB em seu governo. Da sala vip do Aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, Lula telefonou para o senador José Sarney (PMDB-AP), no Maranhão, a quem teria dito que espera até quinta-feira, quando ele voltará ao Brasil, que a eventual pressão de caciques peemedebistas para ocupar ao menos duas pastas no governo petista já esteja diluída.

Num encontro com o articulador político do PT, José Dirceu, e com o presidente nacional do partido, José Genoíno, o presidente do PMDB, deputado Michel Temer, disse que havia sugerido a participação em dois ministérios. A proposta não foi confirmada pelos dirigentes petistas após o encontro.

Contrários

Alguns nomes importantes do PMDB, porém, são contrários à participação do partido no futuro governo. O governador eleito do Rio Grande do Sul, Germano Rigotto (PMDB), entende que o partido não pode disputar espaço com os que ganharam a eleição. “O PMDB deve dar sustentação política sem a compensação de cargos”, ressaltou. Contrário a qualquer aliança do PMDB com o governo petista, o governador reeleito Jarbas Vasconcelos (PMDB) disse que não ficará surpreso se o partido decidir aderir ao PT. “É visível dentro do PMDB uma forte tendência à adesão e isso não é recente. Alguns integrantes passaram a defendê-la desde que as urnas foram fechadas”, afirmou o governador.

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