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Novo anticorpo neutraliza vírus da zika em camundongos

Cientistas dos Estados Unidos descobriram um anticorpo capaz de reduzir drasticamente a infecção por zika em camundongos. De acordo com os autores da pesquisa, que teve seus resultados publicados nesta segunda-feira, 7, na revista Nature, o novo anticorpo poderá acelerar o desenvolvimento de vacinas e terapias contra a doença.

Ao ser administrado em fêmeas grávidas, antes ou depois da infecção por zika, o anticorpo reduziu os níveis do vírus nos tecidos da placenta e do feto, além de reduzir os danos causados ao bebê camundongo. A transmissão da mãe para o feto também foi reduzida.

Por causa das diferenças entre as características da gestação de humanos e de roedores, será preciso realizar novos estudos para que a descoberta tenha aplicação clínica, mas a equipe de cientistas, liderada por James Crowe, da Universidade Vanderbilt, no Tennessee (Estados Unidos), acredita que a descoberta logo poderá ser útil para os esforços de desenvolvimento de uma vacina efetiva contra a zika.

“Esses anticorpos que são produzidos naturalmente pelo corpo humano representam a primeira intervenção médica que evita a infecção por zika e o dano aos fetos. Estamos animados, porque os dados sugerem que podemos ter nas mãos um tratamento com anticorpos que pode ser desenvolvido para o uso em mulheres grávidas”, afirmou Crowe.

Defesas naturais

Os anticorpos foram isolados a partir de glóbulos brancos – células que integram a defesa imunológica do organismo – de três pessoas que já haviam sido infectada por zika. Em seguida, os cientistas selecionaram os anticorpos batizados de ZIKV-117, que se mostraram especialmente potentes em testes preliminares.

Os anticorpos foram testados então em camundongos geneticamente preparados para se tornarem suscetíveis à zika. Em experimentos separados, camundongos gestantes receberam o tratamento antes e depois da infecção. Em ambos os casos, a carga viral foi reduzida tanto na mãe como no feto, houve menos danos na placenta e os camundongos nasceram maiores.

Os resultados, de acordo com os autores, indicam que o tratamento poderá ser útil tanto antes da infecção – como medida de prevenção -, como depois da infecção, como terapia.

“A notável potência e abrangência do ZIKV-117 é uma grande promessa, já que o anticorpo inibiu a infecção por linhagens africanas, asiáticas e americanas do vírus da zika, em culturas de células e em animais, antes e depois da gravidez”, disse outro dos autores do artigo, Michael Diamond, da Universidade de Washington (Estados Unidos).

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