continua após a publicidade

Foto: Evandro Monteiro/O Estado

Gabeira: vazando dados.

O deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), integrante da CPMI dos Sanguessugas, informou ontem que são cerca de 100 os parlamentares e ex-parlamentares acusados de envolvimento com a chamada máfia das ambulâncias.

Gabeira relatou que esse número foi fornecido por Luiz Antônio Trevisan Vedoin, um dos donos da empresa da Planan, durante depoimento à Justiça de Mato Grosso, na semana passada. A Planan seria a principal empresa a atuar na fraude de venda de ambulâncias a preços superfaturados para prefeituras, que pagavam com recursos liberados pela aprovação de emendas de parlamentares ao Orçamento da União.

Noventa dos nomes mencionados por Trevisan Vedoin são de parlamentares e dez são de ex-parlamentares. ?A lista que o Luiz Antônio deu é maior do que a que nós tínhamos. Nós tínhamos chegado a uma lista de cerca de 60 parlamentares que tinham entregue suas senhas à Planan, mas, agora, podemos trabalhar com tranqüilidade sobre 90 nomes de parlamentares e dez nomes de ex-parlamentares. Temos cem nomes para trabalhar, mas não podemos afirmar que sejam todos culpados?, afirmou o deputado.

continua após a publicidade

Segundo Gabeira, é maior o número de parlamentares do Rio, de Mato Grosso e da bancada evangélica mencionados por Vedoin. O deputado disse ainda que, entre os 90 parlamentares com mandato, estão três senadores e que, entre os dez ex-parlamentares, está pelo menos um ex-senador (Carlos Bezerra, ex-presidente do INSS no governo Lula e já denunciado pelo Ministério Público Federal à Justiça).

Gabeira, que iniciou ontem a leitura do depoimento de Vedoin, informou ainda que o dono da Planam aponta entre 200 e 300 prefeitos como beneficiários de propina. ?Um número impressionante?, observou ele.

continua após a publicidade

Ainda não está definida a data do dono da Planam à CPMI, inicialmente previsto para o próximo dia 25. O relator da comissão, senador Amir Lando (PMDB-RO) diz que a comissão deverá precisar de mais tempo para organizar todas as informações que já recebeu.

O presidente da CPMI, Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ) deve se reunir hoje com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, que preside as investigações do caso Sanguessugas. Biscaia vai pedir a retirada do sigilo sobre as investigações para que a CPMI possa divulgar oficialmente os nomes dos 57 deputados suspeitos de envolvimento no esquema. Destes, 15 já enfrentam inquérito no Supremo, ou seja, já estão sob investigação formal. Neste grupo estão, por exemplo, os deputados Nilton Capixaba (PTB-RO), João Caldas (PL-AL) e Pedro Henry (PP-MT). No caso dos demais 42, há pedido de abertura de inquérito apresentado pelo procurador-geral da República, Antônio Fernando de Souza.