Novas denúncias devem ser apuradas afirma vice-presidente

Brasília – O vice-presidente e ministro da Defesa, José Alencar, disse ontem que as novas denúncias feitas pelo presidente nacional licenciado do PTB, deputado Roberto Jefferson (RJ), numa nova entrevista ao jornal "Folha de S.Paulo", devem ser investigadas. "Tem de ser apurado tudo. Denúncia tem de ser apurada", afirmou. Alencar informou que ainda não conversou com o presidente Lula sobre as acusações envolvendo a empresa Furnas Centrais Elétricas.

Para o vice-presidente e ministro da Defesa, o movimento de denúncias envolvendo o Congresso continuará "até onde achar a verdade". Alencar avaliou que essas acusações não afetarão as instituições. "Todos sabem que o presidente Lula é uma sustentação para a estabilidade institucional pelo seu comportamento, pela sua vida, pela sua lisura no trato da coisa pública, pela autoridade moral incontestável que ele possui. Então, podem estar tranqüilos. Isto não afetará as instituições."

O vice-presidente e ministro preferiu não concentrar sobre os parlamentares do PL os efeitos sobre as denúncias do "mensalão". "Qualquer um do meu partido ou qualquer um de qualquer partido deverá ser objeto de investigação dura porque o Brasil não abre mão de conhecer a verdade. Não pode haver outra coisa, senão levar avante, e o presidente tem repetido isso." Alencar achou melhor definir como "uma questão de foro íntimo dele" uma decisão sobre o possível afastamento do presidente nacional do partido, deputado Valdemar Costa Neto (SP), do cargo partidário, enquanto forem feitas as investigações sobre a mesada. O vice-presidente negou ainda que seja candidato a governador de Minas Gerais.

Não adianta

O cientista político Bolívar Lamounier afirmou ontem acreditar que não adianta o governo Lula tentar recompor a base de apoio no Congresso, enquanto não houver um esclarecimento sobre as denúncias de corrupção. Além da dificuldade da tarefa, Lamounier afirmou que a agenda legislativa deve continuar paralisada em função do trabalho das comissões parlamentares de inquérito (CPIs).

Para demonstrar a dificuldade da atividade de recomposição da base parlamentar, ele disse que a gestão Lula "pagou ao PMDB mais para ter a mesma coisa ou menos" – em referência à possível concessão de mais dois ministérios ao partido, além dos dois que tem -Previdência Social (ministro Romero Jucá) e Comunicações (ministro Eunício Oliveira). Apesar do esforço, Lamounier disse que o apoio da legenda "não é suficiente" para a superação da crise. O cientista político admitiu que, se esperasse pela investigação, a administração Lula poderia ficar, "teoricamente", em suspenso, aguardando o avanço das CPIs.

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