Escolas municipais e estaduais do Paraná entram no foco de preocupação dos profissionais da saúde sobre cuidados e orientações sobre a influenza A (H1N1), a gripe suína, que devem ser intensificados nesta semana durante a volta às aulas de crianças e adolescentes. Deixar o filho em casa assim que perceber os primeiros sintomas de gripe é a orientação básica para os pais, de acordo com os ministérios da Saúde e da Educação.
Nas escolas municipais, o retorno previsto para amanhã foi adiado para a próxima terça-feira para que os professores sejam treinados a identificar sintomas da gripe entre os alunos. Cartazes sobre prevenção da nova gripe estarão afixados nos ônibus de Curitiba a partir de amanhã.
Os alunos da rede estadual, que retornaram às aulas na última quarta-feira, também receberam material com informações sobre a nova gripe e higiene pessoal. Orientações também foram repassadas às escolas particulares pelo Sindicato das Escolas Particulares do Paraná (Sinepe/PR). O Colégio Opet informou que o reinício das aulas, previsto para amanhã, foi adiado para 3 de agosto.
Como medida preventiva, a Prefeitura de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba (RMC), suspendeu as atividades escolares até a próxima sexta-feira e recomendou que as escolas particulares do município façam o mesmo. Decreto municipal divulgado neste fim de semana recomenda a suspensão de atividades que envolvam aglomeração de pessoas em recintos fechados. Ainda por causa da nova gripe foi adiada a inauguração da Creche Curumim, marcada para amanhã. Uma nova data ainda será definida.
Igrejas
Com a preocupação com a gripe suína, a Cúria Metropolitana também divulgou orientações aos padres de Curitiba, como retirada de água benta da entrada das igrejas e manter portas e janelas abertas. A Eucaristia será distribuída preferencialmente na mão. O abraço da paz e o aperto de mão serão substituídos por segundos de silêncio.
Dicas simples podem dar resultado
Evitar aglomerações pode ser bem mais eficaz para se proteger contra a nova gripe do que correr na farmácia para comprar uma máscara. Manter ambientes ventilados na escola, no trabalho ou em ônibus é outra dica simples que pode ter um excelente resultado. O uso da máscara é indicado para quem já estiver com sintomas de gripe (febre alta, dor de garganta e tosse) e para profissionais da saúde. A procura por atendimento deve ser em um dos oito centros municipais de urgência médica ou pelo médico particular. O Hospital de Clínicas (HC) não está mais atendendo ao público no pronto-atendimento desde a última sexta-feira. Pacientes graves com gripe A serão encaminhados ao HC somente depois de triagem médica.
O Brasil ainda não tem regiões com um número de casos tão acentuado para que o fechamento de escolas ou atividades culturais e esportivas sejam canceladas ou restringidas, como já aconteceu no México e Argentina.
Estatísticas
O Ministério da Saúde não vai mais identificar individualmente cada caso da nova gripe. Seguindo recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), será notificado o diagnóstico laboratorial e o tratamento dos casos com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) e dos grupos de risco para desenvolver formas graves, assim como a identificação de novos focos da doença no País. A faixa etária mais acometida tanto pelo vírus H1N1 quanto pelo vírus da influenza sazonal é a de 20 a 49 anos, com mais de 60% dos casos. Já são 33 mortes confirmadas no País pela nova gripe, sendo uma no Paraná. Dentre os fatores de risco para os casos de SRAG pela nova gripe destacam-se gestação (7,8% dos casos), pneumopatias crônicas (6,3%) e doenças cardiovasculares, como hipertensão (4,1%) e cardiopatia (3,6%). (LC)
Venda de gel dispara
O surto da gripe A fez com que a venda de gel antisséptico disparasse nas farmácias. E a máscara, um dos “símbolos” da pandemia, até poucos meses atrás de uso e procura e,xclusivamente para profissionais da saúde, começou a ser vendida nas farmácias devido à alta procura.
Na rede de Drogarias Nissei, somente nos primeiros 20 dias deste mês, a venda foi de 30% a mais de gel antisséptico para a higiene das mãos, comparado com o mês de junho. Nesta última semana, a procura pelo produto aumentou 50%. O aumento na procura fez com que o gel praticamente desaparecesse de muitas prateleiras, o que provocou que um novo estoque fosse comprado. Outras 6 mil unidades de álcool em gel foram vendidas na rede Pague Menos em junho e, na primeira quinzena deste mês, mais 5 mil unidades. (LC)