Brasília – Das poucas certezas que se pode ter sobre a sucessão eleitoral, uma foi revelada nesta semana: o próximo presidente do Brasil vai receber daqui a um ano uma faixa presidencial novinha em folha, que será comprada nos próximos dois meses pelo Palácio do Planalto. Símbolo maior das cerimônias de posse dos chefes da nação há cem anos, a nova faixa seguirá o modelo tradicional, verde-e-amarelo e com o brasão da República. Mas promete ser coisa fina, com dezenas de detalhes banhados a ouro. Preço estimado: R$ 38 mil.

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A compra da nova faixa presidencial foi sugerida pelo cerimonial do Palácio, que considera a atual velha demais para a sua importância. O primeiro presidente a vestir o modelo atual foi Fernando Collor de Melo, que tomou posse em 1990.

O edital de compra do famoso apetrecho, lançado na quarta-feira pela Casa Civil, é recheado de detalhes. Sua descrição ocupa 97 linhas do documento, publicado no site da Presidência. Em resumo, a nova faixa terá 1,67 metro de comprimento e 12 centímetros de largura, será confeccionada em cetim nas cores verde-bandeira/amarelo-ouro/verde-bandeira (nessa ordem), não poderá ter emendas ou costuras, e será ornamentada com estrelas representando os estados da federação. Tudo em ouro 18 quilates, é claro.

A faixa terá ainda franjas compostas de 90 cordões artesanais de ouro e terá que ser entregue acondicionada em uma caixa de policarbonato cristal transparente, com uma placa 250 vezes mais resistentes que o vidro.

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Instituída por decreto em 1910 pelo presidente Hermes da Fonseca, a faixa presidencial já protagonizou episódios curiosos e já motivou lendas da História do Brasil. Dizem que a faixa utilizada por João Goulart, antes do golpe de 1964, foi levada para o exílio por seu cunhado, Leonel Brizola, que a teria guardado na esperança de um dia ser eleito para o cargo.

Apesar de a tradição impedir que a faixa seja trocada, o desgaste natural exige que ela seja refeita de tempos em tempos. Não há registro oficial de quantas faixas teriam sido usadas. A de Juscelino Kubitschek é a única que, consta, foi guardada por ele mesmo e depois exposta, no Memorial JK. Já o ex-presidente José Sarney diz que mandou confeccionar uma faixa especial para o enterro de Tancredo Neves. 

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