A CPMI dos Sanguessugas, criada para investigar fraudes na compra de ambulâncias com recursos de emendas de parlamentares ao Orçamento Geral da União, deverá começar a funcionar na semana que vem. O prazo final para os partidos indicarem os integrantes da nova comissão de inquérito terminou ontem à noite. Acordo firmado entre oposição e base aliada estabeleceu que a CPMI terá duração de apenas 30 dias, prorrogáveis pelo mesmo período.
A presidência da CPMI dos Sanguessugas deverá ficar com um deputado petista. Um dos cotados é o deputado Antônio Carlos Biscaia (PT-RJ). O relator da nova comissão de inquérito será escolhido no maior partido do Senado. O bloco PSDB/PFL conta com 32 senadores. Sozinho, o PMDB é o maior partido com 21senadores. O líder do PSDB, senador Arthur Virgílio Neto (AM), quer ceder a vaga para o deputado Fernando Gabeira (PV-RJ). O PFL da Câmara reivindica, no entanto, o cargo para o líder da minoria, deputado José Carlos Aleluia (PFL-BA). Se a relatoria ficar com o PMDB, o escolhido será um dos quatro senadores indicados para a CPI: Amir Lando (RO), Gilvan Borges (AP), Valdir Raupp (RO) e Wellington Salgado (MG).
No início de maio, a Polícia Federal deflagrou a Operação Sanguessuga que envolve parlamentares no esquema de venda de ambulâncias superfaturadas. Pelo menos, 15 deputados são suspeitos de envolvimento direto com a máfia das ambulâncias e são alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF).