A Noruega anunciou ontem em Bangcoc, na Tailândia, a meta mais ambiciosa de corte de emissões de gases que provocam o aquecimento global entre os países desenvolvidos. O governo norueguês disse que reduzirá até 2020 suas emissões de gases-estufa em 40%, em relação ao nível de 1990. Aplaudido pela plateia, o anúncio da Noruega foi o acontecimento mais animador do encontro em Bangcoc, que é uma preparação para a conferência do clima de Copenhague, na Dinamarca, em dezembro.
As negociações têm avançado lentamente porque as nações mais ricas evitam falar em metas e na quantidade de recursos que poderá ser usada para financiar o corte de emissões nos países em desenvolvimento para que eles também se adaptem às mudanças climáticas.
Os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês), da Organização das Nações Unidas (ONU), recomendam que o corte das emissões seja de 25% a 40% até 2020 e de 80% até 2050. Antes do anúncio da Noruega, os objetivos mencionados pelos industrializados ficavam entre 11% e 18% – muito abaixo do que os especialistas consideram necessário.
Na opinião do negociador-chefe do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, a meta da Noruega traz um alento para as negociações e deve realmente ser aplaudida. Para Kim Carstensen, da ONG World Wide Foundation (WWF), o anúncio “mostra que são os governos que precisam dar o sinal verde político para a construção de um acordo em Copenhague”. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.