A Penitenciária Estadual de Alcaçuz, que registrou uma rebelião com 26 mortos entre sábado e Domingo passados (dias 14 e 15) no Rio Grande do Norte, tem praticamente duas vezes mais presos do que sua capacidade original. Segundo dados do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) o presídio comporta somente 620 presos, mas hoje tem 1.150 – um déficit de 530 vagas.

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O Estado tem hoje 168 unidades prisionais (incluindo delegacias) e atende 8.538 presos sob uma capacidade para somente 5.659. Desses, 2.759 são provisórios e outros 1.309 estão em prisão domiciliar.

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Terceiro massacre

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As mortes no Rio Grande do Norte são mais um capítulo da guerra de facções nos presídios brasileiros, que ganhou força na virada do ano e fez, em três massacres, 119 vítimas. No dia 1º, presos da FDN lideraram a matança de 60 presos do PCC em Manaus, no Amazonas. A retaliação veio após cinco dias, quando o PCC matou 33 rivais em uma prisão em Boa Vista, Roraima. A disputa por rotas de tráfico de drogas nas fronteiras e o avanço do paulista PCC no Norte e no Nordeste estão entre os motivos .

Na manhã de domingo, 15, o presidente Michel Temer se manifestou por meio de sua conta no Twitter. Disse que acompanhava a situação desde o dia anterior e que determinou ao ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, que preste o auxílio necessário ao governo do Rio Grande do Norte. Quando houve o massacre em Manaus, o presidente foi criticado por ter se manifestado apenas quatro dias depois.

Em nota, Moraes informou que, a pedido do governador, autorizou “que parte dos R$ 13 milhões do Fundo Penitenciário Nacional (Funpen), liberados no dia 29 de dezembro de 2016 para modernização e aquisição de equipamentos, seja utilizada em construções que reforcem a segurança no presídio”.

O presidente da Comissão dos Advogados Criminalistas da Ordem dos Advogados do Brasil do RN, Gabriel Bulhões, acusou o governo de omissão. “É uma tragédia anunciada. Havia a informação de que eles estavam se armando há algum tempo. As medidas, porém, não foram adotadas.” O secretário de Justiça e Cidadania do RN, Wallber Virgolino, negou e disse que as “coisas mudam como as nuvens”.