Policiais militares reprimiram um protesto de professores com bombas de gás e golpes de cassetetes em frente ao prédio da Secretaria Estadual de Educação, no Santo Cristo, na tarde desta quarta-feira, 28. O confronto aconteceu depois que uma professora usou um hidrocor para escrever “Educação em Greve” no muro da secretaria. Os professores haviam caminhado da Avenida Presidente Vargas até o local, após outra manifestação em frente ao prédio da sede administrativa da prefeitura – na qual a polícia também usou bombas de gás para afastar professores que fechavam a via.
O grupo chegou ao Santo Cristo, por volta de 15h30 e o prédio da secretaria estava cercado pelo Batalhão de Choque da PM. Manifestantes começaram a colar adesivos em defesa da greve no portão de ferro. Em seguida, uma professora usou uma caneta para fazer a inscrição na parede branca, ao lado do portão, quando um policial a agarrou e a arrastou pelo cabelo. Manifestantes tentavam livrá-la e a puxavam pelas pernas. Um grupo maior correu na direção da professora e a polícia lançou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral para afastar as cerca de 500 pessoas. Em seguida, pelo menos três policiais usaram gás de pimenta contra o grupo. A professora foi presa e levada em camburão do Choque.
Quando perguntado sobre o motivo da prisão que iniciou a confusão, o major identificado como Rivaldo, que comandava o grupo, afirmou: “Foi presa por desobediência”. O clima ficou mais calmo no local e professores voltaram a se agrupar em frente ao prédio. Durante a confusão, pelo menos um manifestante ficou ferido – ele foi carregado sangrando por colegas. Mais cedo, na manifestação da Presidente Vargas, o protético Eron Morais Melo, de 33, que costuma se vestir de Batman nos protestos, foi atingido na cabeça por golpes de cassetete. Nas redes sociais, várias pessoas postaram fotos do manifestante ensanguentado e com a roupa manchada. Os professores estavam reunidos desde o início da manhã, em frente à sede da Prefeitura, para acompanhar resultado de reunião com representantes da secretaria de Educação. A greve foi decretada ilegal pela Justiça.