Nepotismo é uma praga no Rio

Rio – Para muitos deputados fluminenses, acabar com o nepotismo pode terminar dando briga em família. O jornal O Globo ouviu 56 dos 70 parlamentares do Rio e metade deles (28 deputados) admitiu ter tido em algum momento dos seus mandatos parentes trabalhando na Casa. Dos 28, catorze confessaram que atualmente abrigam familiares em seus gabinetes (com salários que podem variar entre R$ 3.127, o mais baixo, a R$ 6.099, o mais alto). Dez disseram que já exoneraram os parentes ou que eles receberam cargos em comissão em outros mandatos, no caso dos reeleitos.

Quatro alegaram que os filhos trabalham em outros setores da Alerj. Um parlamentar está licenciado e não opinou; outro, recém-empossado, disse que ainda não montou o gabinete. Vinte e oito juraram que nunca nomearam parentes. O presidente da Alerj, Jorge Picciani, que tem um irmão em seu gabinete, calcula que metade dos deputados tenha membro da família na Casa. Geraldo Moreira (PSB) vai além: "Tem gente que montou verdadeira árvore genealógica aqui dentro".

Dos parlamentares ouvidos, os que admitiram empregar maior número de parentes foram José Nader (PTB) e Samuel Malafaia (PMDB). "Tenho três ou quatro parentes, não lembro", diz Nader.

As justificativas para o nepotismo são variadas. "Meu filho faz campanha comigo desde que tem 8 anos. Entende muito de política", diz Cidinha Campos (PDT). A deputada Waldeth Brasiel, que morava em Três Rios antes de ser eleita, é sincera ao explicar por que nomeou o marido chefe de gabinete: "Sou do interior, não ia ficar sozinha no Rio. Trouxe meu marido e não seria justo se não o nomeasse".

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo