Neonazistas pretendiam atacar sinagogas

Ofensivas realizadas na segunda-feira contra residências de militantes gaúchos do grupo neonazista Neuland, que em alemão significa nova terra, resultaram na apreensão de mais de 300 peças alusivas a Adolf Hitler. Camisetas, botas, livros, CDs, DVDs, cruzes, facas e bombas foram encontrados nas casas de membros da facção em Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, Caxias do Sul e Bento Gonçalves. O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre, Paulo César Jardim, acredita que, apesar de nenhuma prisão ter sido efetivada, a ação evitou ataques terroristas em sinagogas do Rio Grande do Sul.

“Não podemos prender ninguém por pensar, cultuar ou planejar. Mas, felizmente, conseguimos fazer o mais difícil: abortar tragédias futuras. Eles estavam prestes a explodir uma sinagoga”, assegurou o delegado. Quatro dos cinco donos do material apreendido são procurados para prestar depoimento. O Neuland tem cerca de 50 membros identificados pela Polícia Civil no Estado. A matriz do grupo está em São Paulo, contando ainda com ramificações em Santa Catarina e no Paraná.

Segundo o delegado, o grupo importa armamentos pesados da Argentina. A parcela gaúcha da facção estaria se preparando para fazer ataques contra judeus, homossexuais, negros e punks. Os neonazistas brasileiros ainda trocam conhecimentos ideológicos com admiradores de Hitler no Chile, na Inglaterra e na França. No Rio Grande do Sul, 25 militantes foram denunciados à Justiça. Parte deles já cumpriu pena. Jardim afirma que dez assassinatos ocorridos nos últimos 60 dias no País são investigados por demonstrar vinculação com o Neuland.