A maioria dos mortos pela gripe H1N1 na cidade de São Paulo era do sexo masculino e nenhuma das vítimas iniciou o tratamento com Tamiflu dentro do período recomendado de 48 horas após os primeiros sintomas, apontam dados da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo obtidos pela reportagem.

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Do total de oito mortes registradas na cidade até o dia 22 de março, último dado disponível, seis eram homens. Sete das vítimas tinham mais de 45 anos, dos quais três eram idosos. A única vítima com idade inferior a 45 anos era uma gestante.

Sete dos oito mortos apresentavam alguma doença crônica, como diabete ou obesidade, condições que aumentam o risco de complicação em caso de infecção de gripe. Esse grupo, assim como idosos, crianças e gestantes, podem vacinar-se gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde todos os anos.

Apesar disso, de acordo com a secretaria, pelo menos três dos sete mortos, embora tivessem a indicação de imunização, não eram vacinados. Os demais casos estão em investigação.

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Todos os mortos fizeram uso do medicamento oseltamivir, mais conhecido como Tamiflu, que reduz o risco de agravamento do quadro, mas o início do tratamento variou de 4 a 11 dias após os primeiros sintomas, quando o recomendado é que ele seja oferecido ao doente em até dois dias depois do começo da manifestação da doença.

Para Francisco Mazon, pneumologista da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia e do Hospital das Clínicas, o tratamento tardio pode ser uma consequência da demora dos pacientes em buscar auxílio médico. “Quando começam os sintomas, algumas pessoas acham que vão melhorar logo e acabam procurando ajuda somente quando desenvolvem um quadro mais grave”, diz o especialista. Ele afirma que isso pode acontecer de forma mais frequente entre os homens, que costumam ser mais resistentes em procurar ajuda médica. “Não dá para dizer que essa é a causa de mais homens terem morrido na cidade de São Paulo, porque o número absoluto de casos é pequeno para ser feita uma comparação, mas existe uma tendência”, afirma ele.

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Regiões

Os dados da Secretaria da Saúde mostram ainda que o distrito com o maior número de óbitos foi o Jardim Paulista, na zona oeste, com duas vítimas. Em seguida, com uma vítima cada, aparecem os bairros de Sacomã, Ipiranga e Capão Redondo, na zona sul, Limão, na zona norte, e Ponte Rasa e São Miguel, na zona leste.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.