O presidente Luiz Inácio Lula da Silva admitiu ontem que “possivelmente nem o governo nem o ministro da Saúde possam ainda ter certeza de como tratar o problema das drogas no Brasil”. “Está ficando claro que do jeito que nós tratamos as drogas até agora não está resolvendo o problema, porque estamos vendo cada vez mais jovens utilizando drogas mais fortes”, afirmou, referindo-se ao crack, ao discursar no 9º Congresso Brasileiro de Saúde Coletiva, que se realizou na noite de ontem, em Olinda, em Pernambuco.

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Ainda ontem, o Ministério da Saúde havia anunciado um plano para a abertura de 73 novos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), que receberão R$ 98,3 milhões de investimentos por ano. A ideia é que sirvam para tratamentos curtos (até 20 dias) de pessoas com transtornos mentais ou viciados em álcool e drogas de 18 Estados.

Segundo Lula, o dado concreto que se tem agora é o de que o problema do crack está ficando cada vez mais sério. Caso contrário, “ficaria muito fácil para um país rico” – referindo-se aos Estados Unidos – dizer que está combatendo a droga e manda colocar uma base militar na Colômbia.

“Falei com o presidente (Barack) Obama e quando propus a criação do conselho de defesa da América do Sul é porque temos de cuidar da questão do tráfico no nosso continente. E aí os países ricos poderão cuidar dos seus viciados internamente. Se não tiver viciado, não tem mercado para vender”, afirmou. Ele propôs aos congressistas um encontro só para tratar do assunto das drogas.

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