O ministro da Defesa, Nelson Jobim, reúne-se amanhã com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para apresentar uma espécie de plano de contingência com uma série de medidas com o objetivo de assegurar a redução dos transtornos aos passageiros nos aeroportos, durante o período de alta estação, que vai de sábado a 15 de março.
Entre as novas providências, está a criação de um espaço nos quatro principais aeroportos do País – Internacionais de Congonhas, na zona sul da capital paulista, de São Paulo, em Cumbica, Guarulhos, na Grande São Paulo, do Rio de Janeiro/Galeão, e de Brasília – para que os passageiros não fiquem desorientados quando ocorrerem dificuldades.
Esta é uma exigência do governo. Lula tem insistido que não se conforma com a falta de informações contra a qual os viajantes se queixam com freqüência. O rol de disposições que Jobim levará ao presidente passa por diversos setores.
Entre as medidas, está a ordem para que os aviões operem em Congonhas com peso menor, sempre cumprindo as regras para uso de aparelhos em pista molhada, ainda que não chova. Também entrará em vigor a redução de 23 horas para 22h30 no horário de autorização de decolagem de Congonhas.
Assim, a Aeronáutica quer evitar transtornos aos passageiros, uma vez que, mesmo que o vôo seja autorizado a decolar e precise permanecer na pista por algum motivo, terá tempo de sobra para sair, sem violar a determinação judicial, que é de permissão até às 23 horas.
O ministro da Defesa anunciará anunciar também a redução do valor da taxa de permanência e estacionamento dos aviões no Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro. Com isso, a administração federal espera que as empresas transfiram os vôos da capital paulista para a fluminense, descongestionando Guarulhos e Congonhas.
O Poder Executivo pretende anunciar ainda a punição às companhias aéreas que estiverem com alto índice de cancelamentos e atrasos dos vôos. O valor das multas será elevado. Entre as punições previstas, está a retirada de vôos destas companhias.
Outra medida será o aumento da cobrança de taxa de permanência dos aviões em solo. Este valor passará a obedecer a uma escala de pontualidade de vôos e as companhias que mantiverem os aparelhos estacionados nos aeroportos além do tempo previsto, originalmente, pelo plano de vôo terão de pagar valores mais altos. As novas regras só entrarão em vigor no dia 15. Antes disso, no entanto, no sábado, a nova malha aérea entrará em funcionamento.
Pesquisa
A Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) realizou uma pesquisa quantitativa realizada em 35 aeroportos. Segundo a análise dos dados, passageiros e comunidade aeroportuária deram nota 7,68 para o desempenho geral da estatal.
Mas, em relação ao último levantamento da Infraero, em 2004, a satisfação dos usuários em relação à agilidade caiu 20% e, no item confiabilidade, desceu a 32% e, em relação à transparência, diminuiu cerca de 10%.
A sondagem mostra também o descontentamento na solução de reclamações. Apesar de informações negativas contra a empresa, o presidente da Infraero, Sergio Gaudenzi, que está no cargo há três meses, afirmou que o resultado da pesquisa veio no momento certo porque ajudará a avaliar o trabalho da estatal.
"Fiquei satisfeito com o resultado geral, mas ainda temos muito trabalho, principalmente no aspecto de responsabilidades… Os usuários ainda confundem as atividades das empresas aéreas com as da Infraero, por exemplo. Isto é identificado no resultado das pesquisas", afirmou.
Segundo Gaudenzi, os dados permitirão novas estratégias para que a Infraero melhore a imagem e atenda os usuários. O levantamento também apontou que os usuários, de um modo geral, estão satisfeitos com os aspectos de conservação e limpeza dos aeroportos e com a cordialidade dos funcionários.