A primeira audiência sobre o assassinato da estudante Eloá Pimentel, ocorrido em 17 de outubro, começou por volta das 9h20 desta quinta-feira (8) com o depoimento da estudante Nayara Rodrigues, amiga da vítima. O juiz do Júri de Execuções Criminais, José Carlos Carvalho Neto, deve ouvir hoje cinco testemunhas de acusação e outras 13 de defesa, no Fórum Criminal de Santo André, na Grande São Paulo. Depois, o juiz vai interrogar Lindemberg Alves, acusado de assassinar a ex-namorada, e pode decidir se ele vai ou não a júri popular.
Eloá e Nayara, ambas de 15 anos, foram mantidas em cárcere privado por Lindemberg durante mais de cem horas. A ex-namorada foi morta e a amiga, ferida com tiro no rosto. O promotor de Justiça Antonio Nobre Folgado disse hoje que os dois pilares da acusação serão o laudo da reconstituição do crime e o depoimento de Nayara, que viu o assassinato. “O laudo da reconstituição prova que ele (Lindemberg) não tinha a intenção de se matar, porque no momento da invasão ele se abriga, ele protege a sua própria vida e poderia ter se entregado, mas não se entregou.”
A expectativa do promotor é de que o magistrado delibere pelo júri popular. Caso isso aconteça e a defesa não recorra da decisão, o juiz marcará a data para o julgamento. “Na minha previsão, de acordo com a pauta de Santo André, em abril ou maio a gente consegue fazer um julgamento. O que pode atrasar é se alguma testemunha faltar hoje ou se a defesa recorrer da decisão do juiz”, afirmou. A assessoria do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) não informou se todas as testemunhas convocadas estão no Fórum.
‘Intenção de matar’
Para o promotor, o fato de o disparo ter sido feito pelo acusado após a invasão da polícia, segundo depoimento de Nayara, não beneficia Lindemberg. “Muito pelo contrário, esse laudo prova que ele teve a intenção de matar mesmo após a invasão. Ele teve a oportunidade de caminhar no apartamento, se abrigar. Ele poderia não ter feito isso. Mas resolveu fazer”, argumentou.
Lindemberg, de 22 anos, será o último a prestar depoimento e já está no local. Ele tem o direito de permanecer em silêncio. O jovem responde por homicídio duplamente qualificado – por motivo torpe e com impossibilidade de defesa da vítima -, tentativa de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo.