O ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, esteve ontem no Porto de Rio Grande, no sul do Rio Grande do Sul, para acompanhar o início da operação de embarque dos 40 contêineres com lixo importado do Reino Unido. O navio MSC Oriane, de bandeira panamenha, que levará os resíduos para o país de origem, atracou no cais pouco antes da chegada do ministro. A carga deve chegar em Felixstowe, na Inglaterra, no próximo dia 21.
O lixo desembarcou no pátio do Terminal de Contêineres (Tecon) entre fevereiro e maio. “O Brasil não será a lata de lixo do planeta”, declarou Minc, após uma reunião com integrantes da Receita Federal, Anvisa, Polícia Federal e os superintendentes do porto e do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). “A empresa responsável importou algumas centenas de contêineres para o Brasil no ano passado, e estamos trabalhando em conjunto para detectar o conteúdo dessas cargas”, explicou o ministro.
Entre as medidas a serem adotadas pelo governo federal nos próximos meses estão o aumento da fiscalização e de recursos humanos, além de reforço em equipamentos como raios X e scanners de cargas. “Os países mais ricos, no entanto, também devem cuidar do seu quintal. Essa é uma lógica perversa que deve ser revista pela ONU e as convenções nacionais”, completou Minc. “Transferiram para nós a fiscalização deles”, concordou o diretor presidente do Tecon, Paulo Bertinetti, referindo-se aos importadores.
O MSC Oriane começou a operar logo após a atracação. Vindo de Buenos Aires, o navio chegou a Rio Grande para operar outras cargas e está sendo aproveitado para a devolução das 740 toneladas de lixo. A embarcação deixa o porto no fim da manhã de hoje. A tripulação fará escala em Santos, litoral de São Paulo, para receber as demais cargas de lixo e levá-las para a Europa. A jornada será encerrada no porto de Felixstowe.