O PT disputa nove capitais brasileiras – São Paulo, Vitória, Curitiba, Porto Alegre, Fortaleza, Cuiabá, Goiânia, Belém e Porto Velho. Já o PSDB está na briga pelo controle político de sete capitais – São Paulo, Curitiba, Vitória, Florianópolis, Natal, Teresina e Cuiabá. Nestas cidades, a disputa tem sido marcada por muita intensidade. Entre as cidades com mais de 200 mil habitantes, os dois partidos brigam olho no olho por Santo André (SP), Osasco (SP), Diadema (SP), Contagem (MG) e Ponta Grossa (PR) – locais sem pesquisas disponíveis.
“São Paulo é emblemático, porque o governo Lula optou pela federalização da disputa”, disse Lúcia, para quem Serra só entrou na disputa depois que o PT fez essa escolha. Uma derrota é simbólica também pela abundância de lideranças petistas paulistas – além de Lula, o presidente do PT, José Genoino, os ministros José Dirceu, Luiz Gushiken, Antonio Palocci – isso só no núcleo duro do poder. Já a derrota em Porto Alegre, segundo Lúcia, viria da “fadiga” do eleitor com o partido, já que o PT ocupa a prefeitura da cidade há 16 anos.
Para o PT, eventuais derrotas em Belém e em Goiânia são amargas, porque o partido comanda atualmente essas administrações. Nos dois casos, uma reviravolta é remotíssima. Em Belém, Ana Júlia, do PT, tem 39% dos votos contra 55% de Duciomar Costa, do PTB, de acordo com pesquisa Ibope, divulgada em 16 de outubro. Os números de Goiânia são semelhantes: o prefeito Pedro Wilson está com 34% dos votos e o ex-governador Íris Resende (PMDB), 55%, segundo os resultados da pesquisa Ibope no último dia 22.
Até mesmo a provável vitória de Luizianne Lins em Fortaleza, que está, de acordo com pesquisa do Datafolha do último dia 24, com 50% dos votos contra 39% dados a Moroni Torgan (PFL), contém uma lição para a cúpula do PT. Ela se lançou candidata contra a vontade do partido que apoiou Inácio Arruda, do PC do B, que chegou em terceiro lugar na disputa. O surpreendente desempenho de Luizianne obrigará o PT a admitir que cometeu um erro estratégico.