O líder do governo na Câmara, José Múcio Monteiro (PTB-PE), reafirmou nesta segunda-feira (17) que não há negociação para reduzir a alíquota da Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF) e que o projeto que prorroga a contribuição até 2011 deve ser aprovado de acordo com o texto do relator, deputado Antonio Palocci (PT-SP).
A declaração do ministro da Fazenda, Guido Mantega, em São Paulo de que a alíquota pode ser reduzida a partir de 2008 provocou desentendimentos e tensão na Câmara. Assim que o ministro fez as declarações, o líder José Múcio passou a repetir por diversas vezes que a alíquota não vai mudar no projeto. "Não vamos mexer nisso", afirmou. "Não vai haver negociação nem aqui (Câmara) nem lá (Senado).
"Foi a própria base que disse que não haverá mudança", continuou. "Se mexer no projeto no Senado, a base na Câmara não vai aprová-lo aqui", disse o líder. De acordo com as regras de tramitação, depois de votado pelos deputados, caso o projeto seja alterado no Senado, necessariamente ele retorna à Câmara para nova votação.
"Firmeza"
"Comigo, o governo não falou nada de retirar MP", afirmou Múcio. "Vamos votar o projeto da CPMF na quarta-feira sem tirar as MPs" disse o líder governista. "Gostei da firmeza", comentou Chinaglia, ao ser informado da disposição do líder em votar o projeto da CPMF na quarta-feira, mesmo sem revogar as MPs que estão trancando a pauta.
José Múcio argumentou que a aprovação do projeto na comissão especial foi feita na madrugada de sexta-feira e que não haverá negociação para adiar a votação. "Vamos fazer o mesmo no plenário. Não vamos ser vencidos pelo cansaço", disse José Múcio referindo-se à obstrução que a oposição fará na sessão.