?Não há nada de errado na economia brasileira?, diz Malan

O ministro da Fazenda, Pedro Malan, disse hoje (5), em entrevista exclusiva à Agência Estado, que o discurso do governo na reunião da próxima semana, na Europa, com bancos estrangeiros, investidores internacionais e dirigentes de bancos centrais de países europeus será o de que ?não há nada de errado na economia brasileira?.

Malan considera importantes as reuniões e aposta que seu efeito prático será o mesmo obtido na reunião realizada há 15 dias, em Nova York, na sede do Federal Reserve. ?Na reunião de Nova York, houve a garantia de que o Brasil tem apoio de governos?, lembrou o ministro esclarecendo, no entanto, que de nenhuma forma espera o restabelecimento ?em 24 horas ou 48 horas? das linhas de crédito ao Brasil.

?Defendemos a preservação das linhas. A resposta não virá em 24 ou 48 horas, mas está vindo e virá gradativamente, na medida em que se dissipem as dúvidas sobre a nossa capacidade de lidar com esta situação e o que fará ou poderá fazer uma futura administração?, comentou o ministro, chamando atenção para as declarações dos candidatos em apoio aos termos do acordo com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O objetivo da série de encontros na Europa, na próxima semana, segundo Malan, é demonstrar confiança na economia brasileira. ?O que estamos mostrando nestas conversas é que, apesar do contexto internacional, o Brasil conseguiu os US$ 30 bilhões do Fundo Monetário e mais US$ 7 bilhões do Bird e do BID. Não há nada de errado com a economia brasileira?, insistiu.

O ministro citou as principais contas nacionais que evidenciam, na sua opinião, que é possível restabelecer o clima de confiança na economia brasileira. Segundo ele, o balanço de pagamentos está tendo um ajuste extraordinário: o déficit em contas correntes vai cair de US$ 33,6 bilhões para menos de US$ 17 bilhões. O saldo comercial também se recupera e já atinge US$ 7,4 bilhões nos 12 meses encerrados em agosto.

?Está havendo uma mudança estrutural da economia?, disse. Ele citou o aumento da participação das exportações na formação do Produto Interno Bruto (PIB) e garantiu que a dívida externa do setor público ?não é problema?, porque não é de curto prazo e, em termos líquidos, representa 10% do PIB.

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