Ainda não há previsão da data de chegada dos corpos dos 14 militares brasileiros, já encontrados e identificados, que morreram no terremoto no Haiti. Segundo o subchefe de Comando e Controle do Estado Maior de Defesa do Brasil, Paulo Zuccaro, os corpos estão devidamente preservados no Haiti e aguardam a liberação da ONU para que os direitos das famílias sejam preservados. Segundo ele, o governo brasileiro trabalha para que os corpos possam retornar o mais rápido possível, e as famílias estão recebendo auxílio e são as primeiras a receberem informações.
As autoridades brasileiras preferiram não comentar quantos civis brasileiros podem estar desaparecidos no Haiti após o terremoto. O subsecretário-geral de América do Sul do Itamaraty, embaixador Antonio Simões, afirmou que essa é uma medida de precaução e que o número de consultas ao Núcleo de Assistência aos Brasileiros (NAB), que chega a cerca de 500, não significa que esse seja o número de vítimas.
Segundo ele, há muitos casos de duplicação de pedidos de informações e também de familiares de militares que ligaram para o Itamaraty. O governo brasileiro já enviou um diplomata especializado nessas situações de crise ao Haiti. A embaixada brasileira, que foi atingida e agora funciona num centro cultural em Porto Príncipe, está dando assistência aos brasileiros no país, devastado pelo terremoto, trabalhando no fornecimento de documentos para os brasileiros que estão lá, assistência de alimentação e operações de repatriação.
O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Jorge Félix, disse que no momento o governo está enviando apenas o que o Haiti está solicitando como prioridade em auxílio humanitário. O objetivo, explicou o ministro, é evitar o que ocorreu durante os socorros às vítimas do tsunami na Ásia, em 2004, quando aviões com doações brasileiras retornaram com os donativos por não serem considerados adequados para o momento.
Por enquanto, segundo Félix, o Brasil só enviou alimentos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e está organizando um banco de dados com as ofertas de doações. Conforme a necessidade dos haitianos, o governo então irá acionar esse banco de dados para atender a demanda do país.
Hoje, o governo brasileiro também irá enviar 11 técnicos oferecidos por uma empresa de telefonia para ajudar na reconstrução da infraestrutura de comunicação do Haiti, que foi totalmente destruída pelo terremoto, o que vem dificultando a comunicação com o país. Além disso, também estão sendo enviados telefones via satélite para ajudar o contato com a capital haitiana.