Depois de 12 horas de interrogatório, não ficou estabelecida qualquer ligação entre Nilton Cezar Servo, tido como chefe da máfia dos caça-níqueis, e o irmão mais velho do presidente Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, que caracterizasse alguma espécie de crime. A observação é do advogado do acusado, Marco Rasslan, esclarecendo que "não houve menção a propina paga pelo meu cliente ao Vavá nos mais de 80 quesitos que respondeu".
Rasslan lamentou que tudo o que soube até agora envolvendo a Operação Xeque-Mate, exceto o depoimento de Servo, "foi através da imprensa". Evitou comentar informações passadas a jornalista por um delegado da PF de que em uma das gravações telefônicas Servo reclama para uma terceira pessoa que Vavá estaria pedindo "além do combinado". "Estou de mãos atacadas. Como os meus colegas. Não tenho os autos e isso só conseguiremos na sexta-feira".
A mesma reclamação é do advogado Milton Fernando Talzi, que defendo o compadre do presidente Lula, Dario Morelli Filho. "Acho um absurdo a Polícia Federal passar informações para jornalistas sobre assunto com sigilo de Justiça", lamentou afirmando: "isso não é justo". Talzi, disse que ontem, por exemplo, viu policiais federais conversando com jornalistas em diversas ocasiões.
"Ora, eu vi isso. O que conversaram não sei, só sei que hoje, por exemplo, saem os jornais com informações que eu desconhecia. Os jornalistas estão certos na missão deles, mas e o policial federal, está correto?". Ele explicou que, até onde tem certeza, Morelli foi preso apenas por suspeita de ser sócio em um bingo, juntamente com Servo, na cidade de Ilha Bela, litoral paulista.