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‘Não fiquei nem cinco minutos no consultório’

A espera por atendimento médico é muito longa, mas as consultas são rápidas demais, diz a dona de casa Rafaela Raíssa Rodrigues, de 23 anos. A queixa é comum entre pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). “Tive uma celulite infecciosa na perna e demorei meses para conseguir ser atendida. Quando consegui passar no médico, ele mal me examinou, não quis saber o que eu estava sentindo. Não fiquei cinco minutos dentro do consultório”, diz ela, da capital paulista.

De acordo com a jovem, a rapidez no atendimento impossibilita o paciente de relatar o que está sentindo e também de entender o diagnóstico. “Já fui em médicos que não faziam questão de ser claros sobre o problema de saúde que eu ou meus filhos tínhamos”, disse Rafaela, que tem três filhos.

Já o aposentado Alberto Antônio da Costa, de 83 anos, também disse já ter sido atendido em consultas que duraram menos de 10 minutos. “Entendo que nos hospitais públicos são muitos os pacientes e poucos médicos, mas o paciente precisa receber atenção”, afirmou o idoso.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde da capital paulista informou que nas unidades de administração direta o controle de presença dos funcionários é realizado manualmente e cabe às chefias imediatas. Já em unidades geridas por Organizações Sociais (OSs), o controle é realizado pela própria instituição – algumas delas já usam a biometria. Todas as unidades de saúde, diz a secretaria, computam as presenças dos médicos para realização do Índice Diário de Médicos (IDM), enviado diariamente à pasta.

“As agendas das consultas são configuradas para um atendimento a cada 15 minutos, porém o tempo efetivo de cada uma pode variar de acordo com cada caso”, complementou a secretaria.

Setor privado. Na opinião de pacientes, em muitos casos, o atendimento feito por médicos de planos de saúde também deixa a desejar. De acordo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), atualmente há 47,6 milhões de usuários de planos no País.

Segundo Mário Scheffer, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP), o setor privado também tem problemas, mas os contextos são diferentes.

“No setor público prevalece o vínculo assalariado e, no setor privado, o pagamento é por procedimento. É outra modalidade, não dá nem para comparar”, avalia o professor.

“Existe um crescimento do mercado de planos de saúde de menor preço, com uma rede de médicos credenciada muito reduzida. Os planos pagam mal e isso se reflete em queda na qualidade de atendimento”, acrescenta Scheffer. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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