O presidente da Sabesp, Jerson Kelman, adotou uma postura defensiva durante seminário da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) sobre segurança hídrica, semelhante à adotada em outros eventos dos quais o executivo tem participado. Em sua palestra, Kelman reiterou a “baixíssima” probabilidade da seca sofrida pelo Sudeste em 2014 e afirmou que o administrador que tivesse investido para um cenário como esse teria sido criticado. Ele também afirmou que um eventual rodízio na região metropolitana de São Paulo seria “pesadíssimo”.

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“Não estamos dizendo que não vai ter rodízio, mas ele seria muito ruim. Hoje temos uma parcela muito pequena da população com sofrimento mais intenso. Já o rodízio teria que levar a uma economia maior que 30%, seria um rodízio pesadíssimo”, afirmou.

Segundo ele, a Sabesp trabalha com um cenário pessimista de que chegará “muito pouca água” nos reservatórios no período de estiagem. “Temos que torcer pelo melhor, mas nos prepararmos para o pior. Prevemos vazão afluente nos reservatórios pior ainda que no ano passado”, disse.

Kelman afirmou ainda que as ações executadas pela Sabesp reduziram em 56% a utilização de água do Sistema Cantareira e defendeu a atuação da concessionária antes da crise. “Se o administrador tomasse a decisão de investir para uma seca, mas a seca não acontecesse, seria criticado por jogar dinheiro fora”, afirmou, apontando que a probabilidade de uma seca como a que ocorreu em 2014 era de 0,4% e que só acontece a cada 250 anos. “Se o administrador super concentra investimentos em um evento com essa probabilidade de ocorrer, ele está tirando investimentos de outros lugares”, acrescentou.

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O executivo disse também que sempre responde a questionamentos sobre problemas no abastecimento da Sabesp dizendo que não é possível assegurar um atendimento normal quando a situação é anormal. “Toda hora eu sou questionado sobre isso. É claro que a pressão na rede não está normal, essa foi uma técnica usada para evitar o rodízio”, disse.

Kelman ressaltou que a Sabesp está “desarmada” para as negociações com a Agência Nacional de Águas (ANA) sobre a renovação da outorga (autorização de captação de água) do Cantareira, que venceu em agosto do ano passado, mas foi prorrogada até outubro. As negociações serão retomadas em agosto deste ano.

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