No meio da savana sul-africana, Victor Castanho, de 18 anos, só confirmou o que sempre soube: deseja ser pesquisador. Foi lá que, durante uma expedição científica, o estudante viu que o que ele já fazia desde criança de forma quase intuitiva se aproximava do que chamamos de ciência.

continua após a publicidade

“Na África, a gente andava de carro, via animais e anotava as coordenadas geográficas, a espécie, a quantidade de indivíduos. Isso eu fazia no meu condomínio”, conta o jovem.

continua após a publicidade

“Sou um bird-watcher (observador de aves). Quando descobri que tínhamos de fazer exatamente isso na África, fiquei maluco”, lembra o estudante, que participou da Operation Wallacea no ano passado, quando cursava o terceiro ano do ensino médio no Colégio Rio Branco.

continua após a publicidade

A experiência mudou sua trajetória. De volta ao Brasil após a expedição, Castanho agora se prepara para uma nova viagem – dessa vez mais longa: estudará Biologia na Universidade Columbia, nos Estados Unidos, a partir de setembro.

“Vi que esse trabalho tem um impacto muito forte. Vou poder viajar o mundo, ajudar diferentes culturas. Quero ser um pesquisador, mas ter contato com a população, mudar de fato as coisas”, diz ele. Ele acredita que a experiência científica ajudou no processo de admissão na universidade americana. As instituições no exterior valorizam o engajamento de estudantes em atividades de pesquisa e projetos internacionais.

Marinha. O estudante Gabriel Grellet, de 18 anos, descreve uma expedição que fez com colegas e professores do Colégio Poliedro ao Alasca em 2016 como “a viagem de sua vida”. E não é para menos. Foi lá que ele teve certeza do que queria fazer: divulgação científica.

Fã de documentários como os da National Geographic, ele se sentiu dentro de um deles quando, há dois anos, fez uma espécie de cruzeiro pelo Estado americano. Não demorou para que o estereótipo de “gelo sem fim” do Alasca desse lugar à admiração pela exuberância. “Acordávamos 5h30 com um espetáculo. Era só chegar cedo, ficar no deck do barco e observar. Em dias de sorte, vimos oito, dez baleias”, lembra.

Em trilhas no meio da tundra, vegetação típica da região, alunos debatiam questões climáticas e lembravam conceitos como reprodução de plantas e composição do solo. Também conversavam com a comunidade local. “Além de me mostrar o campo que quero seguir, esse tipo de viagem cria empatia. Ficou mais fácil aprender”, diz ele, hoje aluno de Biologia Marinha na Universidade Estadual Paulista (Unesp). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.