O plenário da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Cartões Corporativos, que assistiu nesta terça-feira (8) ao depoimento do ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix, se agitou com a revelação feita pelo deputado Vic Pires (DEM-PA) de gastos de US$ 8.710 com alimentação e bebidas a bordo do Airbus presidencial, durante viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e comitiva a Nova York, nos dias 23 e 24 de setembro de 2007.
Sem apresentar documentação e sem revelar as fontes da informação, o deputado paraense acrescentou que o ecônomo (funcionário encarregado de contratar e pagar bens e serviços) do Palácio do Planalto reservara US$ 50 mil para despesas da viagem a Nova York, tendo devolvido US$ 15. "Não tenho nada contra o presidente Lula e seus ministros comerem dentro do avião, mas porque dados como esses continuam sigilosos?", indagou Vic Pires. O deputado Sílvio Costa (PMN-PE), da base aliada, reagiu pedindo que o parlamentar da oposição fosse investigado e revelasse sua fonte da informação.
Em seu depoimento, o general Jorge Félix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, manteve a posição do Planalto de que gastos do presidente da República são sigilosos. "Todos os dados que possam acarretar redução do grau de segurança do presidente são sigilosos", declarou. Segundo ele, os dados do suposto dossiê com despesas do casal Fernando Henrique e Ruth Cardoso são sigilosos, porque revelam rotina e procedimentos.