Na colisão, Legacy cortou a asa direita do Boeing

Brasília (AE) – O Comando da Aeronáutica já concluiu que a colisão entre o Legacy e o Boeing 737-800 cortou um pedaço da asa direita do avião da Gol, revela uma fonte próxima às investigações. A asa direita do Boeing foi cortada pela asa esquerda do Legacy porque o jato da Embraer passou por baixo do 737-800. O impacto explica a queda do avião em forma de espiral, pois a asa danificada tende a virar para baixo e a asa intacta sobe, fazendo com que o Boeing caísse de nariz. Segundo as investigações, a queda teria durado dois minutos e meio. ?O Comando da Aeronáutica já concluiu que a colisão atingiu a asa, e não o corpo do avião. O winglet (extremidade da asa do Legacy com a ponta virada para cima) é como uma faca. Cortou um pedaço da asa, atingindo o estabilizador, mas não o tanque?, afirma a fonte.

Detalhes do acidente que causou a morte de 154 pessoas, e é o maior da história da aviação brasileira, são revelados a conta-gotas por fontes que acompanham as investigações. Isso porque, o presidente da Infraero, brigadeiro José Carlos Pereira, defende que as causas do choque no ar entre o avião da Gol e o jato Legacy precisam ser mantidas em sigilo. ?É compreensível a ansiedade, mas essa investigação dever ser feita em sigilo?, comentou o brigadeiro.

Ele defendeu que qualquer conclusão sobre a queda do Boeing só pode ser tirada após a contextualização de todas as informações retiradas das ?caixas-pretas? do Legacy e também do Boeing. O brigadeiro afirmou não ter dados sobre as apurações e nem se o piloto do Boeing foi avisado pelos controladores de vôo sobre o risco. Falando de forma teórica, no entanto, ele comentou que se um controlador verifica risco e tem que avisar um piloto no ar, ele também tem que sugerir uma alternativa. ?Caso contrário, o controlador só cria pânico no piloto?, comentou.

Pereira lembrou que durante anos os vôos sobre a Amazônia foram feitos sem radar, porque o Sivam (Sistema de Vigilância da Amazônia) foi criado há pouco tempo, e não havia colisões entre aviões. ?E como isso era garantido? Com os pilotos cumprindo rigorosamente o plano de vôo traçado e fazendo qualquer modificação na rota somente com autorização expressa das torres?, comentou.

Médium diz ter previsto tragédia

Elizangela Wroniski

O médium e professor de letras Jucelino Nóbrega da Luz, de Maringá, afirma ter previsto o acidente com o vôo 1907 da Gol, que matou 154 pessoas no dia 29 do mês passado. Ele diz que enviou 26 cartas, todas registradas em cartório, para várias companhias aéreas avisando sobre a tragédia. Conta também que os documentos informavam como o acidente ocorreu e aponta os culpados. Ele vai enviar o material para a Justiça, a fim de ajudar nas investigações. Segundo Jucelino, em 2003 ele teve a primeira premonição e a última foi há um mês. Ele enviou 26 cartas às empresas aéreas avisando sobre a colisão entre os aviões. Diz que nunca obteve resposta, mas se certificou de que os destinatários haviam recebido a mensagem. ?As cartas dão todas as informações sobre o acidente, todos os detalhes?, afirma. O médium não quis contar como o acidente ocorreu, mas adiantou que os pilotos da Gol não foram culpados.

Jucelino diz que se sente frustrado em saber que esta e outras tragédias, como o tsunami na Indonésia, poderiam ter sido evitadas se as pessoas dessem ouvidos às suas cartas. ?Me sinto como um beija-flor que leva gotas para apagar uma fogueira. Mas tenho uma obra a cumprir?, diz.

Segundo o médium, desde os 9 anos de idade ele faz as premonições. Enquanto dorme, tem sonhos tridimensionais e uma voz grave indica para quem ele deve enviar a carta contando o conteúdo das suas visões. ?Só mando a correspondência depois que todos os detalhes forem revelados?, diz. Até hoje ele já escreveu 86 mil cartas e teria previsto ainda a morte de Ayrton Senna.

Em seu site (www.jucelinodaluz.com.br), Jucelino mostra várias premonições feitas por ele e o material escaneado dos registros feitos em cartórios. Entre elas, o ataque às Torres Gêmeas, em 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos. A primeira carta teria sido escrita em 1989 endereçada ao presidente americano. No documento, Jucelino diz que previu que dois aviões iriam atacar as torres e comunicou a data exata da tragédia. Ele afirma que há uma cópia autenticada da carta com data de 26 de outubro de 1989, no 11.º Tabelião de Curitiba.

Identificado paranaense

Ontem, mais 17 vítimas foram identificadas e tiveram seus nomes divulgados pelo Instituto Médico Legal (IML) de Brasília. Entre elas, Rodrigo de Paula Lima, paranaense que morava em Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba. Ele era comissário de bordo da companhia aérea. Um irmão de Rodrigo está em Brasília acompanhando o resgate dos corpos e as investigações sobre a queda da aeronave. A família do comissário está muito abalada e não quer conversar com a imprensa. Ontem a mãe estava bastante abatida e disse apenas que aguardava mais informações. Uma psicóloga foi designada pela Gol para dar suporte aos familiares. Até agora 29 vítimas do acidente aéreo no norte do Mato Grosso foram identificadas pelo IML. (EW)

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